10h55 – Covid no Brasil: aprovação de relatório condenatório para Bolsonaro

10h55 – Covid no Brasil: aprovação de relatório condenatório para Bolsonaro

A Comissão Parlamentar de Inquérito (TPI) sobre a pandemia no Brasil aprovou na terça-feira o relatório contundente de sua investigação de seis meses, que recomenda a acusação do presidente Jair Bolsonaro por nove crimes, incluindo “crimes contra a humanidade”.

Depois de dezenas de audiências, muitas vezes comoventes, o ICC acusou o governo de ter “exposto deliberadamente” os brasileiros à “contaminação em massa”.

Sete dos 11 senadores que realizaram os trabalhos da comissão aprovaram à noite o texto de quase 1.200 páginas que pede a denúncia do presidente por, em particular, “crime contra a humanidade”, “prevaricação”, “charlatanismo” e “incitação ao crime”.

Ao final da votação, os senadores observaram um minuto de silêncio em homenagem aos mais de 606 mil brasileiros que morreram de Covid-19.

O texto, apresentado pelo relator Renan Calheiros na semana passada, também recomenda o indiciamento de cerca de 80 pessoas, entre ministros, ex-ministros, empresas e os três filhos mais velhos do Bolsonaro, todos eleitos.

Como o TPI não pode ir mais longe, seu relatório será enviado à promotoria, que tem jurisdição exclusiva para indiciar as pessoas que incriminou.

Mas, no caso de Jair Bolsonaro, os especialistas consideram improvável a acusação, já que é responsabilidade do procurador-geral da República, Augusto Aras, aliado do presidente.

No entanto, o “crime contra a humanidade” poderia ser julgado no Tribunal Penal Internacional de Haia.

– Crimes “intencionais” –

O presidente brasileiro – anti-vacina, passe anti-saúde e cuja popularidade está no mínimo – disse na semana passada “culpado de absolutamente nada”. “Sabemos que fizemos a coisa certa desde o início”, disse ele.

As acusações do TPI deveriam, portanto, ter um alcance principalmente simbólico por enquanto, Jair Bolsonaro também se beneficiando do apoio do Parlamento capaz de evitar que ele seja demitido.

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Mas, para o TPI, esses crimes são “intencionais”, tendo o governo deliberadamente decidido não tomar as medidas necessárias contra o coronavírus, na esperança de que a população alcance a “imunidade coletiva”, estratégia “de alto risco”.

O TPI em particular denunciou o “atraso deliberado” na aquisição das vacinas, tendo o governo preferido promover tratamentos ineficazes como a hidroxicloroquina, com “consequências trágicas” para a população.

O ICC também investigou as responsabilidades do governo na falta de oxigênio que matou dezenas de pacientes em Manaus (norte), e a relação entre Brasília e mútuas privadas de saúde.

Uma delas, a Prevent Senior, é suspeita de ter feito, sem o conhecimento de seus pacientes, experiências com tratamentos precoces e de ter pressionado seus médicos a prescrevê-los a “cobaias humanas”.

– Covid et sida –

Pela manhã, os 11 senadores do TPI pediram ao Supremo Tribunal Federal e ao Ministério Público que suspendessem as contas do presidente no Facebook, Twitter e Instagram “até segunda ordem”, após ele ter associado a vacina contra a Covid-19 AIDS, em um vídeo postado na semana passada nas redes sociais.

O cientista político Mauricio Santoro disse à AFP que está “cético” quanto a tal eventualidade. “Se tomarmos o exemplo do (ex-presidente dos Estados Unidos Donald) Trump, seria necessário algo muito sério, como a invasão da capital”, para que Bolsonaro fosse excluído do Twitter e do Facebook, disse ele. -ele diz.

O ICC exigiu ainda que Jair Bolsonaro “se retirasse em canal (televisão) nacional sobre a correlação entre a vacina anti-Covid e a contaminação da SIDA”, sob pena de multa de 50.000 reais (7.700 euros).

“Não podemos mais tolerar esse tipo de comportamento”, escreveram os senadores, pedindo também o bloqueio do acesso do presidente às suas contas para “evitar a destruição de provas”.

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Na segunda-feira, a plataforma de vídeos do YouTube suspendeu as atividades do canal do presidente por uma semana, após retirar o vídeo, assim como o Facebook e o Instagram.

Desde que assumiu o poder em 2019, Jair Bolsonaro, cuja comunicação ocorre principalmente nas redes sociais onde tem mais de 40 milhões de assinantes, tem disseminado regularmente informações errôneas, incluindo muitas sobre o coronavírus.

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