Publicado em :
No Brasil, o Facebook agora está caçando “notícias falsas”, a disseminação de notícias falsas na internet. Esta semana, o Meta, grupo que controla várias redes sociais, desconectou várias contas de militares que tentavam minimizar o problema do desmatamento na Amazônia.
Do nosso correspondente no Brasil,
Esta é a primeira vez que soldados são “desmascarados” sobre um assunto muito delicado, já que se trata da Amazônia. O Facebook identificou duas contas suspeitas pertencentes aos militares e, após investigação, decidiu excluí-las completamente. Eles não agiram sozinhos: ao redor deles, havia toda uma nebulosa, responsável por disseminar notícias falsas e minar a credibilidade dos defensores do meio ambiente que alertam a população para os perigos do desmatamento.
Uma operação em duas etapas
A operação de desinformação ocorreu em duas etapas: uma primeira exaltava os méritos do exército, responsável por conter o desmatamento; enquanto outro grupo virtual criou ONGs falsas para atacar defensores do meio ambiente e minar a credibilidade de ONGs reais.
Acusaram ONGs conhecidas de desviar dinheiro, de estar no encalço de potências estrangeiras e de manipular dados sobre desmatamento. O que é obviamente absurdo, já que os números sobre o aumento do desmatamento vêm de órgãos oficiais: no primeiro trimestre de 2022, o desmatamento também aumentou 64% em relação ao ano passado.
Redes sociais mais intervencionistas?
Pouco a pouco, Twitter, Facebook e outros estão começando a reagir. No início, eles se refugiaram atrás de uma espécie de neutralidade. Mas aqui, vimos há algum tempo que eles não hesitam mais em excluir contas que espalham notícias falsas. O presidente Bolsonaro fala em censura quando seus familiares estão sujeitos a tais medidas. Mas essas medidas são necessárias, segundo o Supremo Tribunal Federal, que tomou inúmeras ações contra as “notícias falsas” para defender a democracia.
►Leia também : Brasil: alerta sobre desmatamento recorde na Amazônia