O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje, em evento militar no Rio, que “quando o Estado avança nos direitos e liberdades individuais, é difícil recuar”. Embora não tenha feito menção direta à vacina contra covid-19, o presidente critica a eventual imunização obrigatória, defendida pelo governador de São Paulo, João doria (PSDB), seu adversário político.
“A história nos mostra: quando o Estado avançar nos direitos e liberdades individuais, dificilmente vai recuar. Não deixe o pânico nos dominar. Nossa liberdade não tem preço. Vale mais do que a nossa própria vida”, disse hoje o presidente. cerimônia de formatura dos militares na Escola Naval, no Rio de Janeiro.
Bolsonaro e membros de seu governo se envolveram em uma disputa sobre pesquisas para o desenvolvimento de um imunizante contra coronavírus.
Em outubro, Doria chegou a afirmar que a vacinação contra o novo coronavírus em São Paulo será obrigatório, exceto para pessoas que tenham restrição endossada por médico.
Na próxima quarta-feira (16), o STF ou julgar duas ações que discutem a vacinação obrigatória contra covid-19.
Apesar das declarações contra a imunização compulsória, foi o próprio Bolsonaro quem sancionou a lei 13.979 / 20, que prevê a possibilidade de o poder público obrigar a população a se vacinar.
Antes da declaração de hoje sobre o possível avanço do Estado nos direitos e liberdades individuais, Bolsonaro leu um versículo de Provérbios que diz: “Se você se mostra fraco no dia da angústia, é que sua força é pequena”. Durante o discurso aos formandos, ele enfatizou a disciplina, a hierarquia e o patriotismo, e mencionou que as experiências e valores aprendidos no Exército o ajudaram a “atingir vários objetivos na vida”, como ser presidente da República.
Bolsonaro tem estado acompanhado por ministros militares, como Bento Albuquerque (Minas e Energia), Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Braga Neto (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Fernando Azevedo (Defesa), além de parlamentares aliados, como deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ).
Após a cerimônia, Bolsonaro cumprimentou os formandos e familiares. Ele não usava máscara contra a propagação do novo coronavírus. O objeto protetor é recomendado pelos médicos para evitar que o vírus passe de uma pessoa para outra através de gotículas na saliva da boca ao falar e no nariz. O aperto de mão é a principal forma de contágio, segundo o próprio Ministério da Saúde.
O comandante da Marinha, almirante do Esquadrão Ilques Barbosa Junior, também falou no evento. Disse que a Força continua “firme” na execução de programas estratégicos, como o programa nuclear, a construção do núcleo do poder naval, a obtenção de plena capacidade operacional e a expansão dos sistemas logísticos.