No Brasil, as chuvas ainda provocam o aumento do nível dos rios

No Brasil, as chuvas ainda provocam o aumento do nível dos rios

AFP

Brasil: “medo” diante de novas chuvas que atingem o Sul inundado

O sul do Brasil, devastado por cheias históricas cujo número de vítimas continua a aumentar, é mais uma vez atingido por chuvas intensas que deverão intensificar-se ainda mais no fim de semana, complicando o trabalho das equipas de resgate e aumentando o receio de mais danos. “Muita gente vê a chuva e fica traumatizada. Vemos que as pessoas estão com medo”, disse à AFP Enio Posti, bombeiro de Porto Alegre, capital do estado de Rio Grande. do Sul, em grande parte ainda inundado. “Sabemos que quando chove a água acaba subindo ainda mais”, continua ele, protegido da chuva pelo seu traje de neoprene. As fortes chuvas do início do mês nesta agricultura estatal do sul do país provocaram o transbordamento dos rios, afectando quase dois milhões de pessoas e deixando 136 mortos e 806 feridos, segundo o último balanço da Defesa Civil na noite de sábado. Cerca de 125 pessoas ainda estão desaparecidas, enquanto mais de 537 mil foram forçadas a abandonar suas casas devido a este desastre, que especialistas das Nações Unidas e o governo brasileiro associam às mudanças climáticas e ao fenômeno El Niño. Cerca de 81 mil outras pessoas refugiaram-se em abrigos abertos pelas autoridades, enquanto mais de 92 mil casas foram danificadas ou destruídas pelas inundações, segundo a Confederação Nacional dos Municípios. Num comunicado divulgado no sábado, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse estar “entristecido” pela “devastação” no Brasil e garantiu que Washington “está a trabalhar para fornecer a ajuda necessária” às populações em coordenação com as autoridades locais. Desde o retorno das chuvas na sexta-feira em Porto Alegre e outras áreas já afetadas, as autoridades permanecem em alerta e aumentam o número de mensagens solicitando à população que não retorne às áreas do desastre. A região espera “aguaceiros e tempestades isoladas”, que se prolongarão até ao início da próxima semana, segundo o Instituto Meteorológico Nacional, que alerta para os riscos de “inundações e choques eléctricos”. De acordo com as previsões, os maiores volumes de precipitação deverão ocorrer entre domingo e segunda-feira. A meteorologista Catia Valente alertou para o risco de novos deslizamentos de terra, principalmente no litoral norte. – “Minha família” – Apesar das chuvas, o Guaíba, corpo d’água que margeia Porto Alegre – considerado um rio, lago ou estuário – atingiu neste sábado 4,57 metros, nível mais baixo desde 3 de maio, segundo o Estado governamental. Os primeiros transbordamentos ocorrem a partir de três metros. Na capital regional de 1,4 milhões de habitantes, as operações de distribuição de ajuda alimentar, água potável, medicamentos e vestuário continuam apesar da chuva. Instituições governamentais, empresas, figuras políticas e desportivas, artistas ou simples cidadãos, todo o país está a mobilizar-se para ajudar as vítimas da catástrofe. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu as boas-vindas ao sábado na rede social que ficou gravada na história do nosso país. “No bairro de São João, em grande parte ainda submerso, bombeiros e voluntários trabalham, notaram jornalistas da AFP. , distribuem ajuda às vítimas “Eles me resgataram enquanto passava de barco, eu liguei, eles pararam e me resgataram. Eu estava procurando minha família”, disse à AFP Everton Machado, um morador de 36 anos. O fluxo de barcos para as áreas afetadas, onde muitas pessoas ficaram em casa por medo de saques, no entanto, diminuiu. na cidade, e os camiões-cisterna abastecem abrigos, hospitais, edifícios e hotéis, apesar das novas chuvas e do caos, os residentes estão a tentar recuperar alguma aparência de normalidade. , caminhões bombeiam a água lamacenta que ainda invade ruas e prédios Inundações históricas, incêndios florestais recordes, ondas de calor sem precedentes, secas e eventos climáticos extremos se sucederam no Brasil nos últimos meses.bur -sf/rr/phs.

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