As mudanças climáticas ‘dobraram’ a probabilidade de enchentes históricas no sul do Brasil

As mudanças climáticas ‘dobraram’ a probabilidade de enchentes históricas no sul do Brasil

O El Niño, um fenómeno meteorológico natural associado ao aquecimento da superfície oceânica, exacerbou a precipitação em 3 a 10% no sul do país.

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Vista aérea do centro de treinamento do Internacional próximo ao estádio Beira Rio, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, 29 de maio de 2024. (SILVIO AVILA / AFP)

Em duas semanas, caiu o equivalente a três meses de precipitação no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. De acordo com um estudo publicado na segunda-feira, 3 de junho pela rede científica World Weather Attribution (WWA), estas inundações históricas no sul do país tornaram-se duas vezes mais prováveis ​​e 6 a 9% mais intensas devido às alterações climáticas.

As inundações do Dante submergiram cidades inteiras e devastaram campos até onde a vista alcança no Rio Grande do Sul, um estado agrícola tão grande quanto o Reino Unido. “Um episódio extremamente raro, que só deveria ocorrer uma vez a cada 100 a 250 anos”, de acordo com o estudo. O último relatório oficial mostra 172 mortos e 42 desaparecidos. Quase 600.000 pessoas tiveram que deixar suas casas.

O El Niño, fenômeno meteorológico natural associado ao aquecimento da superfície oceânica, agravou a precipitação no sul do Brasil em 3 a 10%, segundo esta rede que analisa a ligação entre este tipo de desastre e as mudanças climáticas. “As mudanças climáticas estão ampliando o impacto do El Niño no sul do Brasil, tornando um episódio extremamente raro mais frequente e intenso”diz Regina Rodrigues, uma das autoras do estudo.

Segundo este pesquisador da Universidade de Santa Catarina, no Sul do Brasil, ocorreram três das quatro piores enchentes da história de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul “nos últimos nove meses”qual é “muito raro”.

Isto apesar do facto de o El Niño ter enfraquecido nos últimos meses, com o ciclo actual parecendo estar a chegar ao fim, abrindo caminho para o provável regresso do fenómeno oposto, La Niña, sinónimo de temperaturas globais mais frias.

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