Técnico do Brasil quer perder “com o mínimo de pontos possível” para a França

Técnico do Brasil quer perder “com o mínimo de pontos possível” para a França

Após oito anos de abstinência, o Brasil está de volta aos Jogos Olímpicos após vencer a Letônia na final do Torneio Olímpico de Riga (69-94). Um acontecimento feliz para um país com um passado glorioso com três medalhas de bronze olímpicas (1948, 1960 e 1964) e dois títulos mundiais (1959 e 1963), mas que se acostumou a ficar afastado do cenário internacional nos últimos anos. O Brasil participou dos Jogos do Rio em 2016, mas como país-sede e sua única classificação no século XXI foi em 2012, em Londres, onde terminou em quinto lugar.

Com a Espanha se classificando em Valência, a Grécia em Atenas e Porto Rico em San Juan, o Brasil é o único time a ter vencido fora de casa a Letônia, quinta colocada na última Copa do Mundo. É certamente um dos maiores feitos da história contemporânea do basquete brasileiro.

O Brasil deve muito ao seu técnico croata Alexandrar “Aco” Petrovic, que já havia comandado a seleção entre 2017 e 2021 e assumiu em abril após a saída de Gustavo Conti.

“Nossa defesa funcionou muito bem, acho que sofremos o menor número de pontos em média de todas as seleções nacionais nessas eliminatórias. Isso porque tenho dois, três Pitt Bulls, jogadores que podem defender as posições 2-3-4, então afogamos Davis Bertrans, mas também todos os jogadores externos da Letônia, graças a quem eles tiveram um bom resultado na Copa do Mundo.”

Artilheiro (14,0 pontos) e reboteiro (5,5) da seleção brasileira, eleito no cinco ideal do torneio, o ex-jogador do Limoges Bruno Caboclo (2,06 m, 28 anos) teve papel fundamental assim como Leo Meindl, Marcelihno Huertas, 41 anos, e Lucas Dias. O quatro de ases jogava entre 25 e 30 minutos por partida e se ele vacila, o banco não consegue repassá-lo efetivamente. Foi o que aconteceu contra Camarões que conquistou uma vitória inesperada (74-77). Aliás, o jornalista do jornal GloboPedro Maia está muito cauteloso sobre as chances do Brasil em um grupo onde enfrentará França, Alemanha e Japão.

“Realmente, chegar ao próximo nível pode ser o nosso teto. Não há demérito em dizer isso. Há apenas 12 equipes nas Olimpíadas, as melhores das melhores, uma competição muito difícil. Não acho que o Brasil terá duas ou três performances épicas seguidas, como a que tiveram contra a Letônia. Não temos o sistema ou os jogadores para fazer esse show consistentemente. Temos um pick and roll sólido dos armadores com Caboclo, e uma defesa muito comprometida, mas para ganhar uma medalha você precisa de mais ferramentas, mais talento do lado de fora. Pode acontecer, mas é extremamente improvável dado o nível das outras equipes.”

O treinador também mantém discrição quando perguntado sobre quais serão as ambições do Brasil contra a França.

“Nosso alvo são os japoneses, que jogamos no último dia. Temos que lutar com os alemães, enquanto os franceses na partida de abertura, com base em sua organização e aparência durante o período de preparação, são um oponente de altíssimo calibre que temos que desacelerar o máximo possível. Por causa do sistema de competição, teremos que tentar perder com o mínimo de pontos possível, por mais estranho que pareça. Dado que dois dos três times em terceiro lugar vão para as quartas de final, será uma batalha por cada cesta, com a vitória contra o Japão sendo nosso único imperativo. A ambição são as quartas de final, e em apenas uma partida, tudo pode acontecer…”

Cuidado mesmo assim. Antes do TQO, a lenda brasileira Oscar Schmidt declarou:

“O Brasil não vai surpreender ninguém. Podem ter certeza disso, eu sei do que estou falando, eu joguei basquete. Vou torcer muito pelo Brasil, mas não acho que eles vão se classificar.”

Depois, Oscar fez as pazes em sua página do Instagram:

“Nunca fiquei tão feliz por estar errado em uma previsão.”

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