Uma famosa juíza que presidiu o Tribunal de Família da Argentina foi presa na Espanha na última quarta-feira, depois de anos escapando da justiça, que a acusou de ser a arquiteta de uma rede de venda de crianças.
A honorável juíza Alejandra Claudia Velasquez, 64, durante anos usou suas conexões com os serviços sociais para iniciar uma rede ilegal de adoção de crianças, informou o The Independent na sexta-feira.
Na verdade, o juiz teria incentivado os assistentes sociais a identificarem mulheres grávidas vulneráveis, em situação de pobreza e “dispostas a desistir dos filhos”, que depois as obrigariam a vender a criança a famílias ricas.
Segundo testemunhas, o juiz ordenou em diversas ocasiões que assistentes sociais “fossem procurar estômagos” nas favelas de Pilar, na Argentina, e prometeu-lhes uma grande recompensa em troca, segundo a mídia francesa.
Enquanto isso, o juiz supostamente falsificou documentos para facilitar o processo de adoção para casais ricos dispostos a fazer um esforço extra para evitar longas listas de espera para adoção.
Para continuar as suas atividades ilegais, Velásquez supostamente aumentou as ausências injustificadas e os pedidos de licença, bem como forçou os funcionários judiciais a se passarem por ela ou a alterar as datas de assinatura de 600 decisões judiciais, de acordo com o The Independent.
Em 2015, a Ordem dos Advogados de Pilar a condenou, levando à sua expulsão do sistema de justiça argentino em 2017.
Desde então, foi emitido um mandado de captura internacional contra ela, antes de ser detida em Espanha na quarta-feira. O homem de sessenta anos ainda estava detido lá aguardando ordem de extradição.