(Belga) Um tribunal de Brasília encerrou nesta quarta-feira o inquérito policial contra Sonia Guajajara, que chefia uma das maiores associações indígenas do Brasil, acusada de “difamar” o governo, informou a associação.
A Fundação Nacional do Índio (Funai), vinculada ao Ministério da Justiça, havia solicitado à Polícia Federal que investigasse a sra. Guajajara por ter “divulgado informação distorcida e tendenciosa (…) que acusa o governo de ter abandonado os índios” durante a pandemia de coronavírus. Na semana passada, a Sra. Guajajara anunciou que havia sido intimada pela polícia para interrogatório. O juiz federal Frederico de Barros Viana julgou improcedente as denúncias de difamação contra o governo Jair Bolsonaro apresentadas pela Funai. O principal objetivo da denúncia é “silenciar as posições políticas das organizações que se posicionam contra o governo federal”, acrescentou. “Vitória dos povos indígenas!”, Comemorou a Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) em nota. Sonia Guajajara, 47, foi candidata à vice-presidência do Brasil em 2018, como companheira de chapa de Guilherme Boulos, do partido de esquerda Socialismo e Liberdade (PSOL). A denúncia da Funai baseou-se na série de documentários “Maraca”. A série, disponível online no site da Apib, critica a política do governo Bolsonaro em relação aos indígenas. Faz parte de uma campanha de apoio aos indígenas à qual aderiram 200 personalidades, como os cantores Caetano Veloso e Chico Buarque, ou o fotógrafo Sebastião Salgado. Para a Apib, o governo de Jair Bolsonaro promove um “genocídio” dos nativos durante a pandemia, que já matou mais de 1.000 pessoas nesta comunidade, segundo uma contagem da associação. O líder de extrema direita defende em particular a abertura das terras indígenas à mineração e à exploração econômica e se posiciona contra a demarcação de terras indígenas. (Belga)
