RIO DE JANEIRO (awp/afp) – A taxa de inflação em um ano do Brasil subiu ligeiramente em julho para 3,99%, após 12 meses consecutivos de desaceleração, segundo dados oficiais divulgados sexta-feira pelo instituto estatístico IBGE.
A inflação mensal dos preços ao consumidor (IPCA) subiu para 0,12% no mês passado, enquanto a inflação foi negativa em junho (-0,08%).
No mesmo mês de junho, o IPCA de um ano estava em 3,16%, o menor nível desde 2020.
E esses números levaram o Banco Central, na semana passada, a cortar a principal taxa de juros, principal ferramenta de combate à inflação, pela primeira vez em três anos.
Caiu 0,5 ponto, em escala maior do que a maioria dos analistas esperava, para 13,25%, que continua entre as mais altas do mundo.
O presidente esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva vem pedindo esse corte há meses, já que as altas taxas de juros impedem o crescimento, ao limitar o acesso ao crédito necessário para consumo e investimentos.
A aceleração da inflação em julho deveu-se, em grande medida, ao custo dos transportes (+1,5%) e, em particular, ao aumento dos preços dos combustíveis (+4,75%).
Mas os preços dos alimentos continuaram em queda (-0,46%), após -0,66% já em junho, devido principalmente aos preços mais baixos da carne e do óleo de soja ou feijão preto, alimento básico de muitos brasileiros.
Os números de julho são “ligeiramente superiores” às expectativas dos analistas, que previam uma inflação mensal de 0,07%, segundo Gustavo Song, economista da consultoria Suno Research.
No entanto, este último acredita que “o contexto inflacionário continua favorável” na maior economia da América Latina.
Analistas e outros membros de instituições financeiras consultados pela pesquisa semanal Fox do banco central esperam que a inflação chegue a 4,84% em 2023.
Este valor mantém-se no intervalo superior do objetivo definido pelo mesmo banco central (3,25%, com margem de mais ou menos 1,5 pontos).
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária, que define a taxa básica de juros, será realizada em setembro.
E devido à inflação em julho, a Capital Economics de Londres “praticamente descarta um corte de volume de mais de 0,5 ponto na semana passada”.
dpa/al