A inflação acumulada em 12 meses no Brasil atingiu 11,3% em março, o pior resultado para este mês do ano desde 2003, com forte aceleração devido à alta dos preços dos combustíveis, mostraram números oficiais divulgados nesta sexta-feira.
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A maior economia da América Latina registrou inflação mensal de 1,62%, sem precedentes desde 1994, para o mês de março, segundo o instituto de estatísticas do IBGE. Esse número supera as expectativas dos analistas consultados pelo diário de negócios Valor, que esperavam uma variação entre 0,54% e 1,43%. Também mostra uma aceleração constante desde o início do ano (+0,54% em janeiro e +1,01% em fevereiro). A inflação mensal também é muito superior à inflação de março de 2021 (+0,93%).
Transporte foi o mais afetado pela inflação
Em março de 1994, a alta dos preços foi de 42,75%, em meio a um período de hiperinflação finalmente freado pelo plano de estabilização monetária lançado em julho do mesmo ano, com o rial como nova moeda.
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O setor de transportes foi o mais afetado pela inflação em março (+3,02%), devido principalmente ao aumento dos preços dos combustíveis (+6,70%), que se intensificou com o conflito na Ucrânia. Essa alta nos preços da gasolina e do diesel acabou custando ao chefe da petrolífera estatal Petrobras, general Joaquim Silva y Luna, o cargo, demitido na semana passada. Os preços dos alimentos também subiram acentuadamente em março em relação a fevereiro (+2,42%), com destaque para tomate (+27,22%) e cenoura (31,47%). O banco central tentou conter a inflação com nove aumentos consecutivos de juros em um ano: elevou-a para 11,75% no mês passado, o nível mais alto desde abril de 2017.