Ajuda à Síria
Rússia veta projeto suíço-brasileiro na ONU
Moscou recusou na terça-feira um compromisso que visa permitir a extensão de nove meses da ajuda transfronteiriça à população síria.
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O mecanismo criado em 2014 permite que a ONU entregue ajuda humanitária às populações do noroeste da Síria sem o acordo de Damasco.
REUTERS
A Rússia vetou uma extensão de nove meses do mecanismo no Conselho de Segurança da ONU na terça-feira. ajuda humanitária transfronteiriça para a Síria, um dia após a expiração de um mandado vital para milhões de habitantes áreas rebeldes do país.
Comida, água ou remédio
Os 15 membros do Conselho tentavam há dias encontrar um compromisso para estender esse mecanismo que permite o envio de alimentos, água ou remédios da Turquia, sem autorização de Damasco, aos habitantes do noroeste da Síria.
A ONU, humanitários e uma maioria de membros do Conselho pedindo uma prorrogação de pelo menos um ano para permitir uma melhor organização da ajuda, assim como a Suíça e o Brasil, encarregados desse arquivo, apresentaram inicialmente um projeto de texto propondo doze meses. Mas a Rússia colocou sobre a mesa um projeto de texto concorrente aceitando apenas seis meses, como era o caso atualmente.
Embaixador suíço “muito desapontado”
A proposta de compromisso de nove meses elaborada por Suíça e Brasil recebeu 13 votos a favor e uma abstenção (China) na terça-feira, mas foi rejeitada pela Rússia, que como membro permanente tem poder de veto. “Este calendário teria permitido atravessar os duros meses de inverno”, lamentou a embaixadora suíça Pascale Baeriswyl, dizendo-se “muito desapontada”. “Não vamos deixar que esse veto acabe com nossos esforços para encontrar uma solução”, acrescentou.
O embaixador russo, Vassili Nebenzia, acusou o Ocidente de “provocação para pressionar a Rússia a usar seu veto”, acreditando que o mecanismo “não leva em consideração os interesses do povo sírio”.
pontos de referência
O mecanismo criado em 2014 permite que a ONU entregue ajuda humanitária às populações das áreas rebeldes no noroeste da Síria, sem autorização do governo sírio, que denuncia regularmente a violação de sua soberania. Inicialmente previa quatro pontos de passagem, mas depois de anos de pressão principalmente de Moscou, aliada do regime sírio, apenas o posto de Bab al-Hawa permaneceu operacional, e sua autorização foi reduzida para seis meses renováveis, dificultando o planejamento de ações humanitárias ajuda.
Apesar da expiração do mecanismo da ONU, pelo menos temporariamente, dois outros pontos de passagem estão operacionais, embora sejam menos usados do que Bab al-Hawa. O presidente sírio, Bashar al-Assad, de fato autorizou diretamente sua abertura após os terremotos de fevereiro, mas essa autorização expira em meados de agosto.
(AFP)