Amazônia: Brasil não cumprirá meta de redução do desmatamento

Amazônia: Brasil não cumprirá meta de redução do desmatamento

O Brasil não cumprirá sua meta de reduzir o desmatamento na Amazônia em 10% no período de referência de agosto de 2020 a julho de 2021, admitiu o vice-presidente Hamilton Mourão na segunda-feira.

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“Provavelmente não vamos cumprir nossa meta de redução de 10% (no desmatamento). Acho que vai ser mais de 4% a 5%. É uma redução muito fraca, ridícula, mas é melhor do que nada, declarou à imprensa este general da reserva.

Os dados oficiais do desmatamento ao longo do ciclo de agosto a julho, coletados pelo sistema Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), só serão conhecidos em novembro.

De agosto de 2019 a julho de 2020, 10.851 km2 foram desmatados na Amazônia, um aumento de 7% em relação ao ciclo anterior.

Apesar da mobilização do exército para tentar reprimir o desmatamento ilegal, a situação continuou a se deteriorar nos últimos meses. Outro sistema de cálculo do INPE, o Deter, que publica dados preliminares em tempo real, mostra que a área desmatada na Amazônia aumentou 17% no primeiro semestre de 2021, em relação a 2020.

Em junho, o desmatamento bateu o quarto recorde mensal consecutivo desde a implantação do Deter em 2015, com nada menos que 1.062 km2 desmatada, um dado preocupante para este mês que marca o início da seca.

O vice-presidente Mourão, por outro lado, destacou a queda de 27% no número de incêndios identificados pelo INPE em julho em relação ao mesmo mês do ano passado.

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Segundo ele, esta redução deve-se a “medidas postas em prática” pelo governo, por isso recomenda “continuar a mobilizar o exército” para combater também estes incêndios.

Mas Cristiane Mazzetti, da filial brasileira do Greenpeace, teme que o número de incêndios florestais volte a aumentar nos próximos meses, “quando a vegetação em áreas recentemente desmatadas estará mais seca e sujeita a queimadas ilegalmente”.

“O pior ainda está por vir. Não só os próximos meses serão muito secos na Amazônia, mas as agências (governamentais) de monitoramento ambiental foram enfraquecidas,“ inclusive por cortes no orçamento ”, e uma das prioridades do Parlamento é aprovar leis que poderia provocar ainda mais destruição do meio ambiente ”, insiste.

O presidente de extrema direita Jair Bolsonaro recentemente prometeu à comunidade internacional eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030, sem anunciar quaisquer medidas concretas para atingir essa meta.

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