(Washington) O Departamento de Defesa dos Estados Unidos (Pentágono) disse hoje, segunda-feira, que a retirada das forças dos Estados Unidos do Afeganistão pode desacelerar em função do progresso militar do Taleban no terreno, frisando que isso não levantará dúvidas sobre a data de setembro 11
“Os planos podem flutuar e mudar se a situação mudar”, observou o porta-voz do Pentágono, John Kirby, durante uma entrevista coletiva sobre o avanço do Taleban, que cerca muitas grandes cidades afegãs.
“Se houver alguma mudança que precise ser feita no ritmo, escopo ou volume de retiradas em um determinado dia ou semana, queremos manter a flexibilidade para fazer isso”, disse ele.
“Há duas coisas que não mudaram”, acrescentou o porta-voz. Em primeiro lugar, concluiremos a retirada completa das forças americanas do Afeganistão, exceto aquelas que permanecerão para proteger a presença diplomática e, em segundo lugar, isso será feito no início de setembro, conforme ordenado pelo Comandante-em-Chefe, Presidente Joe Biden.
Este último decidiu em abril, contra o conselho militar, retirar todas as forças dos EUA do Afeganistão até o 20º aniversário dos ataques de 11 de setembro de 2001. Mais de 50% das retiradas já foram concluídas.
John Kirby disse que os militares dos EUA continuam a fornecer apoio aéreo às forças afegãs, mas frisou que esse apoio não continuará até o último dia da presença militar dos EUA no Afeganistão.
Enquanto tivermos as capacidades no Afeganistão, continuaremos a fornecer assistência às forças afegãs, mas quando a retirada se aproximar do fim, essas capacidades serão reduzidas e não estarão mais disponíveis.
John Kirby, porta-voz do Pentágono
“Enquanto converso com vocês, ainda damos algum apoio, mas isso vai mudar”, alertou.
O presidente afegão Ashraf Ghani e o principal negociador de seu governo em negociações com o Taleban, Abdullah Abdullah, devem chegar à Casa Branca na sexta-feira.