O chefe do Banco Central Europeu previu na quinta-feira que a economia da zona do euro terá retornado ao seu nível pré-pandêmico antes do final do ano. Esse não será o caso com o ritmo de alta dos preços. Christine Lagarde admitiu que “a fase atual da inflação vai durar mais do que o esperado”, e que essa inflação deve “subir mais antes de cair no próximo ano”. Os preços ao consumidor continuam subindo: + 4,6% em um ano em outubro na Alemanha (+ 4,1% no mês anterior). Isso é inédito desde o início do procedimento, em janeiro de 1997, segundo o Instituto Destatis. Energia (obviamente) e produtos alimentícios estão especialmente sob pressão.
Todos os olhos estão voltados para a última reunião anual do Banco Central Europeu, em 16 de dezembro. O Banco de Frankfurt deverá confirmar a conclusão, em março de 2022, das compras de ativos lançadas como parte do Plano de Emergência Pandêmica (PEPP). Mas também “lançar um novo programa”, estima Frank Dixmer (Allianz Global Investors). Toda a participação visa, de fato, a estabilização dos preços, que, para citar alguns, a Alemanha, podem subir 5% neste inverno, antes de cair para menos de 2% em meados de 2022, estima o economista-chefe do KfW.
O problema: as expectativas de inflação estão começando a se firmar. O poder de compra voltou a vigorar devido ao receio dos consumidores e os mercados monetários esperam um aumento das taxas de juro europeias antes do final de 2022. Isto não é a priori nas intenções do BCE. É preciso dizer que os bancos centrais estão agindo ou declarando, um a um, que apresentam seu cronograma de aperto monetário. Este é particularmente o caso da Noruega, Brasil, Canadá e Reino Unido. Enquanto espera pelo Fed. Em poucos meses, as tensões sem precedentes associadas à recuperação econômica turbulentas o ambiente.