Boom do skate feminino no Brasil após as Olimpíadas de Tóquio

Boom do skate feminino no Brasil após as Olimpíadas de Tóquio

Ao ver Rayssa Leal ser vice-campeã olímpica de patinação, com apenas 13 anos, Giovanna Alves Farias tinha apenas um desejo: decolar como seu ídolo no skate park.

«Jquase chorei. Ver uma garota de 13 anos ganhar uma medalha foi tão inesperado! Antes das Olimpíadas, eu já tinha interesse em andar de skate, mas depois de ver isso falei para meus pais: “Vamos lá!‘”, Disse o adolescente à AFP.

Giovanna começou a se aventurar na pista de skate de São Bernardo do Campo, próximo a São Paulo (sudeste), logo após as Olimpíadas de Tóquio neste verão.

Na capital japonesa, Risa Lill, apelidada de “”fadas“, O “pequena fadaNo skate, conquistou a medalha de prata no evento de rua no dia 27 de julho.

Desde então, teve muitos adeptos, num desporto que sempre se manteve muito masculino.

Ao contrário de Giovanna, Anna Clara Agostini, de 12 anos, já esquia há vários anos, mas “mania de fadasDê a ele um gostinho da competição. “Eu imagino como será quando eu participar das Olimpíadas e vier treinar“, como você diz.

Equipada com capacete e protetores de pulso, Anna Clara busca acima de tudo adrenalina. “Gosto da sensação de velocidade e tento saltar cada vez mais alto. Eu não tenho medo de tentar coisas novasEla adiciona.

missão cumprida

Assim como Rayssa Leal, já famosa aos sete anos, graças a um vídeo viral ligando personagens disfarçados de fada azul, Julia de Sousa Lima Martins, de 8 anos, tenta seguir os passos de São Bernardo do Campo.

«Minha tia gravou vídeos olímpicos, eu assisti bem e tento imitar os personagens’,” Explica a garotinha, toda sorrindo com seu lindo capacete rosa.

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Para Dora Varela, de 20 anos, outra integrante do Team Brasil em Tóquio, ver cada vez mais meninas jogando o esporte é a maior recompensa.

«Quando voltamos do Japão, vi que havia uma explosão de esqui e pensei comigo mesmo: «missão cumprida!“” Confiar em.

“EUHá cada vez mais aulas de patinação para os mais pequenos e tenho visto que muitas vezes há mais raparigas do que rapazes. Isso é o que foi muito legal nas OlimpíadasEste skatista profissional insiste.

Quando estreou há dez anos, Dora Varela era uma das únicas garotas na pista. “Mas nunca fiquei envergonhado, porque no skate todos compartilham a mesma paixão. Quer você tenha 5 ou 40 anos, seja homem ou mulher, sempre será tratado com igualdade.”

projetos sociais

Porém, a virilidade esteve bem presente no skate no passado, como evidenciado por Renata Pachini, 46 anos. «Quando eu era mais novo, os meninos me disseram: «Aqui está a garota que vem para nos irritar ou a garota que vem aqui para flertar»».

Na década de 1980, o skate era considerado um esporte desonesto e foi até proibido pelo prefeito de São Paulo, Jânio Quadros.

«Venho de uma família muito tradicional e arrisquei vergonha por eles se soubessem que eu andava de skate. Tive que esconder meu tablet em uma mochila em vez de carregá-lo debaixo dos braçosRenata Pachini explica.

Em 2009, criou a Associação Feminina de Skateboarding, que organizava competições femininas e garantia que o skate park de São Bernardo do Campo tivesse horário feminino.

O skate também se tornou uma saída para jovens carentes, como os apoiados pela ONG Social Skate, criada em 2012, em Poa, bairro pobre de São Paulo.

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A associação oferece aulas gratuitas para cerca de 150 jovens esquiadores, incluindo 44 meninas, como Keila Emily Amaro da Silva, de 13 anos. “Eu me esforço ao máximo para treinar para poder ir às Olimpíadas e fazer algo de bom na minha vida‘, resumido.

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