Mais da metade dos brasileiros desaprova a forma como Jair Bolsonaro governa, a primeira desde o início do mandato do presidente de extrema direita, de acordo com uma pesquisa de opinião que mais uma vez o mostra perdendo em grande parte para Lula na eleição presidencial de 2022.
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O percentual de opinião desfavorável passou de 45% em maio para 51% na pesquisa do instituto Datafolha divulgada em duas etapas, quinta à noite e sexta-feira, realizada nos dias 7 e 8 de julho com 2.074 pessoas.
O índice de satisfação ficou estável em 24%, longe do recorde de 37% estabelecido em dezembro de 2020.
O chefe de estado é fortemente criticado por sua gestão da crise do coronavírus, que já matou mais de 530 mil no Brasil, o segundo país mais enlutado do mundo depois dos Estados Unidos.
A publicação dessa nova pesquisa desfavorável vem em um contexto bastante tenso, com revelações nas últimas semanas de suspeitas de corrupção dentro do governo na compra de vacinas contra a COVID-19.
Segundo o Datafolha, 52% dos entrevistados consideram o presidente Bolsonaro “desonesto”, ante apenas 38% em pesquisa semelhante realizada em junho de 2020.
Os protestos anti-Bolsonaro reuniram dezenas de milhares de pessoas em todo o país no último sábado, terceiro dia de mobilização desde o final de maio para exigir o impeachment do presidente.
A pesquisa Datafolha mostra ainda que o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva ampliou a lacuna de Jair Bolsonaro nas projeções para o primeiro turno das eleições presidenciais de outubro de 2022, com 46% das intenções de voto. , contra 25% do líder de extrema direita.
Em maio, Lula foi favorecido por 41% dos entrevistados, contra 23% do Bolsonaro.
No segundo turno, o ex-sindicalista venceria com 58% dos votos (55% em maio), contra 31% do atual presidente (32% em maio).
Jair Bolsonaro também viu seu índice de rejeição aumentar mais do que o de Lula, de 54% para 59%, enquanto o do ex-presidente de esquerda ficou praticamente estável (37%, contra 36% em maio).
A pressão sobre seu governo aumentou com a criação, há dois meses, de uma comissão parlamentar de inquérito no Senado sobre suas “omissões” na gestão da crise de saúde.
O presidente também é alvo de investigação preliminar do Ministério Público por “prevaricação”: é acusado de ter esquecido suspeitas de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin, relatadas por funcionário do ministério da saúde.