Enquanto na França, o chefe do Telegram, Pavel Durov, está sendo investigado pela Justiça, no Brasil, é o serviço de mensagens X (antigo Twitter) que está atualmente na mira das autoridades, assim como seu dono, o magnata Elon Musk. Em liminar tornada pública na quarta-feira, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ameaçou “ suspensão imediata das atividades da rede social” se nenhum representante legal da empresa no país for nomeado dentro de 24 horas.
Uma decisão que visa garantir que a plataforma cumpra a legislação brasileira e consiga pagar suas multas, incluindo aquelas impostas após Moraes determinar o bloqueio de perfis que atacaram diversas instituições locais. Em vez de cumprir, Musk havia anunciado em 17 de agosto o fechamento dos escritórios locais da X, mas deixou o serviço disponível para usuários brasileiros.
Musk, alvo de processo judicial desde abril
No centro dessa batalha entre De Moraes, a bête noire do ex-presidente ultrarreacionário Jair Bolsonaro e o guru bilionário da extrema direita global, está a luta contra a desinformação. Fervoroso defensor da democracia, o juiz brasileiro havia ordenado no passado o bloqueio das contas de políticos e figuras influentes dos movimentos ultraconservadores brasileiros, membros da constelação pró-bolsonarista, por suas ações online. Apoiadores do ex-presidente (2019-2023) e próximos de Musk lideraram notavelmente uma campanha destinada a desacreditar o sistema de votação eletrônica durante a eleição vencida por Luis Inácio Lula da Silva em 2022.
