(Brasília) O presidente brasileiro Jair Bolsonaro assegurou domingo que sua decisão de aumentar em 20% o subsídio aos mais pobres, para depois propor um aumento ainda maior, nada tinha a ver com a meta de ser reeleito em 2022.
“Deploramos a situação em que se encontram os pobres do Brasil, que estão passando por momentos difíceis. Não estamos lutando pelas eleições de 2022. É um assunto que não discutimos ”, declarou Bolsonaro em Brasília.
O governo do presidente brasileiro anunciou nesta quarta-feira a implantação a partir de novembro de um novo programa social, que substituirá o “Bolsa Família” criado pela esquerda, com aumento de 20% nos benefícios para os mais pobres.
O anúncio ocorreu um ano antes da eleição presidencial, pela qual Bolsonaro é amplamente derrotado nas urnas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), criador do popular “Bolsa Família”, programa social emblemático da seu primeiro mandato.
A criação do programa “Auxilio Brasil” foi anunciada poucas horas após a divulgação de um relatório contundente de uma comissão parlamentar do Senado que pedia a indiciação do chefe de Estado por dez crimes por conta de sua política julgada “irresponsável” durante a pandemia COVID-19.
O “Bolsa Família” paga 14,7 milhões de abonos de família variáveis, no valor de 190 reais em média (cerca de 29 euros).
O Auxilio Brasil prevê o pagamento, a partir de novembro, de mensalidades 20% maiores (228 reais em média), a um público ampliado de 16,9 milhões de famílias.
Mas o presidente Bolsonaro declarou em várias ocasiões que queria que o valor mínimo fosse de 400 reais (cerca de 61 euros) por família.
Esta nova proposta altamente polêmica ainda não foi submetida ao Parlamento para aprovação.
Segundo especialistas, seria praticamente impossível atingir esse valor sem ultrapassar o teto de despesas orçamentárias.
As desigualdades aumentaram acentuadamente no Brasil devido à crise do coronavírus e a situação dos mais pobres piorou ainda mais nos últimos meses, devido ao aumento da inflação.
As desigualdades aumentaram acentuadamente no Brasil devido à crise do coronavírus e a situação dos mais pobres piorou ainda mais nos últimos meses, devido ao aumento da inflação.