É um choque frontal para o qual os brasileiros se preparam amanhã, e não sem medo: as eleições presidenciais serão realizadas entre dois candidatos completamente distintos, a começar pelo conceito de democracia – Jair Bolsonaro, o presidente cessante, que se queixa de fraude eleitoral ainda antes que. O processo de votação ocorreu e Luiz Inácio Lula da Silva, um ex-sindicalista que foi eleito duas vezes presidente do país entre 2003 e 2010, foi preso e depois preso sob acusações de corrupção antes de o Supremo Tribunal o absolver.
“Lola é o próprio diabo!” Declara Bolsonaro, o Donald Trump dos trópicos, que empresta uma série de características do amigo norte-americano, a começar pelo apoio às igrejas evangélicas, todas fortes no Brasil.
“É uma escolha entre democracia e barbárie!” Lula responde, de acordo com o vencedor pela maioria dos locais de votação.
Poderá ele vencer a primeira volta amanhã, ou será necessária uma segunda volta no final do mês – um período suficientemente longo para que a agitação e os protestos em todas as suas formas aumentem?
Neste país enorme e rico em recursos, onde a pobreza continua a aumentar, os seus apoiantes esperam milagres – que margem de manobra ele tem?
Amanhã serão realizadas mais uma eleição para renovar a maioria parlamentar e todos os cargos de governador com grandes poderes.
Então, qual é o equilíbrio de poder entre as partes envolvidas e que papel pode desempenhar o exército, que o presidente cessante tão voluntariamente cortejou? Quais são as questões económicas, sociais e ambientais num Brasil devastado pela crescente desigualdade? Hoje, a China é o maior parceiro económico do país. O Brasil desempenha um papel na competição entre Pequim e Washington? Que impacto poderão estes resultados ter a nível regional, num subcontinente onde a rotação até agora favoreceu a esquerda?