“Brasil e Emirados Árabes Unidos têm posições fortes na política externa, e a Albânia, que terá assento no Conselho pela primeira vez em sua história, também é membro da Organização para a Cooperação Islâmica (OIC)”, nota um diplomata no condição de anonimato. Essas futuras entradas, que sucederão em janeiro a São Vicente e Granadinas, Vietnã e Estônia, mudarão o equilíbrio de poder no Conselho, prevê ele.
“Vai mudar as coisas”, confirma outro diplomata, também sob condição de anonimato. “O Brasil é uma força em si”, vai suceder ao menor país que já teve assento no Conselho. Quanto aos Emirados, “eles têm um papel em vários conflitos”, acrescenta, referindo-se ao Iêmen ou à Líbia.
Em janeiro, Gabão e Gana ocuparão as cadeiras atualmente ocupadas por Níger e Tunísia.
Na eleição, dos 193 membros das Nações Unidas chamados a votar, o Brasil obteve 181 votos, Emirados Árabes 179, Albânia 175, Gabão 183 e Gana 185. Após a retirada das candidaturas da República Democrática do Congo e do Chade, nenhum dos cinco posições premiadas tiveram vários pretendentes.
Durante anos, os grupos regionais se acostumaram a indicar candidatos para os cargos de direito com antecedência, a fim de evitar rivalidades fratricidas.
Depois de ter contado nos últimos anos até cinco membros do Conselho de Segurança, a União Europeia arrisca-se a uma perda de influência, pois em janeiro terá apenas dois, França e Irlanda.
O Conselho de Segurança tem 15 membros no total, incluindo cinco membros permanentes com direito de veto (Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido) e dez membros não permanentes, renovados pela metade a cada ano.