No Brasil, uma seca histórica causou um aumento acentuado nos incêndios desde o início do ano. Entre janeiro e junho, quase 13.500 incêndios foram registrados na Amazônia, o maior número em vinte anos. No ano passado, no mesmo período, foram identificados 8.344 incêndios. Um recorde anterior foi alcançado em 2003 (17.143) e depois batido em 2004 (17.340).
Ao mesmo tempo, o desmatamento continua a diminuir na maior floresta do planeta, que desempenha um papel importante no combate ao aquecimento global por meio da absorção massiva de CO2. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais, o desmatamento ali atingiu 1.525 km2 de 1º de janeiro a 21 de junho, ante 2.649 km2 no primeiro semestre de 2023. Isso é uma queda de 42%. No ano passado, havia sido reduzido pela metade em relação a 2022.
O presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva prometeu acabar com o desmatamento ilegal no Brasil até 2030. O desmatamento aumentou sob seu antecessor de extrema direita Jair Bolsonaro.
De disco para disco
Os incêndios florestais atingiram níveis recordes no primeiro semestre do ano em dois biomas ricos em biodiversidade localizados ao sul da Amazônia: o Pantanal, a maior área úmida do planeta com biodiversidade excepcional, e o Cerrado.
VÍDEO: Incêndios florestais devastadores estão devastando a região do Pantanal brasileiro, a maior área úmida tropical do mundo, levando as autoridades a declarar estado de emergência. foto.twitter.com/zYW39rdx2j
— Agência de Notícias AFP (@AFP) 27 de junho de 2024
No Pantanal, foram registrados 3.538 focos de incêndio desde o início do ano, um salto de… 2018% em relação ao primeiro semestre de 2023. É também 40% a mais do que em 2020, quando todos os recordes foram quebrados e 30% do bioma foi afetado por incêndios. A situação é ainda mais preocupante porque o pico de incêndios costuma ser atingido no segundo semestre do ano, principalmente em setembro, no auge da estação seca.
O estado do Mato Grosso (centro-oeste do Brasil), onde grande parte do Pantanal está localizada, declarou estado de emergência na semana passada. O governo anunciou que estava enviando bombeiros adicionais de outras regiões para combater as chamas.
Com a AFP