Brasil: novo recorde de desmatamento na Amazônia em junho

Brasil: novo recorde de desmatamento na Amazônia em junho

O desmatamento na Amazônia bateu seu quarto recorde mensal consecutivo em junho e 3.609 km2 foram desmatados no primeiro semestre, um aumento de 17% em relação ao mesmo período de 2020, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira.

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Em junho, o desmatamento atingiu 1.062 km2, contra 1.043 km2 do mesmo mês do ano passado.

Esta é a maior superfície registrada para um mês de junho desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) compilou essas informações por satélite em 2015.

O vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, anunciou no mês passado a implantação de uma nova operação militar contra o desmatamento.

Mas os ambientalistas questionam a eficácia dessas operações, já que o desmatamento aumentou drasticamente desde a chegada ao poder em janeiro de 2019 do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro.

Os dados de junho “são um triste recorde para a floresta e os povos indígenas”, disse em nota Rômulo Batista, da filial brasileira do Greenpeace.

“O governo renunciou às suas obrigações de combate aos crimes ambientais”, lamentou por sua vez o coletivo ONG Observatório do Clima.

A Amazônia também viveu o junho mais devastador desde 2007 em termos de incêndios florestais, com 2.308 incêndios, 2,3% a mais que no mesmo mês do ano passado (2.248).

O mês de junho marca o início da estação seca, e esses números pressagiam uma situação dramática para os próximos meses na maior floresta tropical do planeta.

Duas semanas atrás, Ricardo Salles, o altamente controverso ministro do Meio Ambiente, renunciou depois que uma investigação foi aberta sobre seu suposto envolvimento em uma rede de exportação ilegal de madeira da Amazônia.

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Foi substituído por Joaquim Álvaro Pereira Leite, que por muito tempo foi assessor da Sociedade Rural Brasileira (SRB), um dos principais lobbies agrícolas do país.

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