Brasil: Petrobras, um escândalo em expansão

Foco – O tema, que eclodiu há quatro anos, continua preocupando políticos e empresários brasileiros.

• Qual é o caso da Petrobras?

O caso Petrobras, batizado em homenagem à empresa petrolífera estatal brasileira, aponta para um sistema de corrupção massivo envolvendo várias empresas do setor de construção e os principais políticos do país. Este enorme escândalo começou com um pequeno caso local de lavagem de dinheiro em 2014. Depois de revistar um posto de gasolina, os investigadores descobriram que o esquema maligno era muito mais importante do que imaginavam. Muito rapidamente aparecem nomes de figuras importantes.

As investigações realizadas revelam um vasto sistema de corrupção que cerca a Petrobras. Muitas empresas organizaram-se para partilhar propostas apresentadas por instituições estatais, cobrando taxas excessivas pelos seus serviços, que variam entre 1% e 5%. Os fundos recuperados caíram então nos cofres dos partidos políticos ou directamente nos bolsos de certas figuras.

• Quais empresas estão participando?

E há muitos deles. No mundo dos negócios, as empresas de construção estão envolvidas principalmente. Em março de 2014 ocorreu o primeiro recall da Operação Lava Jato, liderada pelo juiz Sergio Moro. Vários líderes empresariais foram presos. Em junho de 2015, um dos mais destacados deles, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa de mesmo nome, o maior grupo de construção da América Latina, caiu por sua vez. Os investigadores descobrem que o homem apelidado de “O Príncipe” é um dos pilares do regime. A Odebrecht chegou a criar um departamento especial, denominado Operações Reguladas, dentro de sua empresa. Ele foi condenado a 19 anos de prisão. Durante os 10 meses que passou atrás das grades, cooperou com o sistema judicial. Graças a isso, sua pena foi reduzida para 10 anos. Ele serve em casa, em sua luxuosa villa de 3 mil metros quadrados em São Paulo.

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• A nível político?

No plano político, os tribunais também têm como alvo dezenas de deputados e senadores. Ele também é alvo de três ex-presidentes: Luiz Inácio Lula, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso. Se, a princípio, as acusações se concentram principalmente em membros do Partido dos Trabalhadores (PT de Lula e Dilma Rousseff, à esquerda), cujo ex-tesoureiro foi condenado a 15 anos de prisão, com o passar do tempo eles vão ganhando cada vez mais poder. Em todo o espectro político.

Dilma Rousseff não sofreu impeachment formal sobre a questão, mas a Lava Jato e a corrupção do Partido dos Trabalhadores serviram de pano de fundo para ataques ao presidente deposto. Já Lula, acusado de se beneficiar de um apartamento em um balneário litorâneo em troca de contratos com a Petrobras, foi condenado em recurso a doze anos e um mês de prisão em janeiro de 2018. Em abril, o Supremo Tribunal Federal decidiu rejeitar sua proposta. pedido para permanecer em liberdade até que seus recursos fossem esgotados, o que abre caminho para sua prisão.

Em Março de 2017, Eduardo Cunha, antigo presidente da associação e membro do partido de centro-direita Movimento Democrático Brasileiro, foi condenado a 15 anos de prisão. Ele é acusado de receber US$ 1,5 milhão, depositados em contas na Suíça, provenientes de subornos.

• Como se comporta o Judiciário brasileiro?

A Justiça é independente no Brasil. A investigação revelou o juiz Sergio Moro ao grande público. Este último tem sido muito popular porque conseguiu colocar muitos trabalhadores de colarinho branco atrás das grades. Mas o PT, assim como os observadores, observa que o juiz Moro às vezes age com certo preconceito, especialmente quando manda a polícia procurar Lula em sua casa enquanto avisa a imprensa, ou quando fornece aos jornalistas gravações de escutas telefônicas que equivalem a uma barganha entre o ex-presidente e Dilma. Além disso, muitas das acusações contra Lula não foram confirmadas por nenhuma prova e decorrem de denúncias feitas por pessoas que foram condenadas em troca de redução de pena.

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