O Brasil vai endurecer as regras de entrada sem visto a partir da semana que vem, anunciou o governo na quarta-feira passada, depois que migrantes cada vez mais usaram o país sul-americano como escala. A partir de segunda-feira, 26 de agosto, viajantes estrangeiros sem visto brasileiro que queiram ir para outro país terão que continuar até seu destino ou retornar ao seu país de origem, disse o Ministério da Segurança Pública do Brasil em um comunicado.
Segundo a Polícia Federal: “A maioria dos imigrantes que buscam asilo no Brasil não podem ser classificados como refugiados. Os chamados ‘coiotes’ ou contrabandistas estacionados na fronteira mexicana usam nosso país como rota para imigrantes que querem ir para os Estados Unidos e Canadá.”
A maior economia da América Latina está vivenciando um boom de viajantes estrangeiros, especialmente da Ásia, que desembarcam no país para o que deveria ser uma escala e então buscam refúgio durante sua estadia, disse o Ministério do Interior. Agora, esses passageiros não têm mais permissão para ficar no Brasil sem visto. Eles pediram para ficar no Brasil, citando perseguição e ameaças em seus países de origem. Uma vez no Brasil, muitos deles viajam para o norte por terra, principalmente para os Estados Unidos ou Canadá através do perigoso Darien Gap que conecta a Colômbia e o Panamá, disse o ministério, citando investigações policiais.
“Eles buscam refúgio e, então, quando são parados na fronteira dos EUA, são devolvidos ao Brasil em vez de ao seu país de origem”, disseram as autoridades. Entre o início de 2023 e o final de junho deste ano, mais de 8.300 pedidos de refúgio foram protocolados no maior aeroporto internacional do Brasil, segundo o ministério. Desses pedidos, apenas 117 permaneceram ativos no sistema nacional de migração do Brasil. “Isso significa que 99,59% das pessoas que buscaram refúgio no aeroporto – 8.210 – ou deixaram o país ou permaneceram em situação irregular”, disse um dos relatórios.
Mais de 70% dos requerentes durante esse período vieram da Índia, Vietnã e Nepal, de acordo com dados do Departamento de Justiça. De acordo com um relatório, quase 17% dos requerentes deixaram o país em 30 dias, a maioria pelo estado brasileiro do Acre, que faz fronteira com o Peru.
