O governo afirmou num comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros que “lamenta profundamente que nenhuma medida eficaz tenha sido tomada até agora para prevenir e evitar a recorrência destes atos racistas”.
O texto confirma a “gravidade dos acontecimentos” ocorridos no domingo no estádio Mestalla, durante um jogo entre Valência e Real Madrid, durante o qual Vinny Junior foi novamente alvo de insultos racistas.
A mesma fonte acrescentou que o Brasil “insta o governo espanhol e as autoridades desportivas a tomarem as medidas necessárias para punir os responsáveis e evitar a recorrência destes atos”, mensagem também dirigida à “FIFA, à Federação Espanhola e à Liga Espanhola”.
O ministério lembrou que o Brasil “atuou em cooperação com o governo espanhol para reprimir” esses acontecimentos, promover “políticas de igualdade racial”, compartilhar “boas práticas” contra o racismo e a xenofobia e outras formas de cooperação, tudo no âmbito de um acordo bilateral assinado no início deste mês.
A reação do governo brasileiro ao ocorrido em Mestalla foi muito dura, a tal ponto que estes acontecimentos foram comentados pelo próprio presidente Lula da Silva, na segunda-feira, em declarações aos jornalistas à margem da cimeira do G7, na cidade do Japão. Hiroshima.
Lula disse: “Não é justo que um jovem pobre que teve sucesso na vida e se tornou um dos melhores jogadores de futebol” seja submetido a este tipo de ataque, apontando que “não podemos permitir que o fascismo e o racismo controlem os estádios de futebol”. .”
O comunicado foi assinado pelos ministérios das Relações Exteriores, da Igualdade Racial, da Justiça, do Esporte e dos Direitos Humanos.
O chefe da igualdade racial, Aniel Franco, disse à imprensa na segunda-feira que, como parte do acordo bilateral assinado no início de maio, ela “notificaria formalmente” o governo e a justiça espanhola, bem como a La Liga.
Franco descreveu a posição do presidente da Liga Espanhola, Javier Tebas, como “inaceitável” após a reação irada do jogador brasileiro aos acontecimentos do Mestalla.
“É inaceitável que o presidente da La Liga culpe o próprio Vini (…) Exigiremos” que todo o assunto seja investigado pelas autoridades espanholas, declarou o ministro, que indicou ter falado sobre a questão deste incidente com o segundo vice-presidente. Primeira-ministra espanhola Yolanda Diaz.
Além disso, em comunicado à imprensa, a Embaixada do Brasil na Espanha expressou seu “repúdio a este novo episódio de racismo nos estádios espanhóis contra Vinny Junior” e expressou sua “solidariedade” a ele.