(São Paulo) Pelo menos seis pessoas morreram no Brasil em fortes tempestades de areia que atingiram o sudeste de seu território nos últimos dias, fenômeno natural ampliado pela seca extrema.
As imagens impressionam: uma nuvem gigantesca de poeira laranja cai e cobre a paisagem em poucos minutos.
Tempestades, com rajadas de vento de até 100 km / hora, danificaram residências e derrubaram árvores ou postes em cidades do interior de São Paulo ou Minas Gerais.
As seis pessoas que perderam a vida morreram afogadas, como um pescador de uma vila às margens do Paraná, a 650 km de São Paulo, no dia 1é Outubro.
Os demais foram vítimas de queda de árvores, desabamento de casas ou incêndios, segundo a imprensa.
“São fenômenos climáticos bastante comuns, mas raramente são tão intensos como os que tivemos neste ano”, diz Estael Sias, da empresa de previsões Metsul.
“Isso é resultado de um longo período sem precipitações, com altas temperaturas e baixa umidade”, completa.
Tempestades de areia que “levantam partículas de areia e poeira” se formam no final da estação seca, que termina em setembro, antes do retorno das chuvas.
Outro fator determinante: essas regiões concentram um grande número de plantações de cana-de-açúcar, com grandes áreas sem vegetação e, portanto, um maior número de partículas passíveis de voar com as rajadas de vento.
Essas tempestades, comuns em regiões desérticas, podem atingir um raio de 160 km e durar várias horas, segundo o Sr.mim Sias.
“Não podemos dissociar esse fenômeno das mudanças climáticas, com temperaturas mais altas causando eventos extremos”, diz o meteorologista, que vive a pior seca dos últimos 91 anos no Brasil.