Em conversa gravada e revelada pelo jornal Folha de S.Paulo (21), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, diz que recebeu um pedido do presidente Jair Bolsonaro para liberar verbas para pastores evangélicos. O jornal havia relatado anteriormente a existência de um “escritório paralelo” de pastores que controlaria a pasta e a agenda do Ministério da Educação.
Após essas revelações, o procurador-geral da República, Augusto Aras, encaminhou nesta quarta-feira (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de abertura de inquérito para apurar o caso.
Pastores negociando a pasta do Ministério da Educação
Os dois pastores envolvidos no caso de corrupção são Gilmar Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus do Brasil (Conimadb) e Arilton Moura, também membro da mesma Igreja. Segundo reportagem da Folha, os dois religiosos negociaram com os municípios a liberação de verbas federais para trabalhos em creches, escolas e compra de equipamentos tecnológicos.
O apoio que pedimos não é segredo, pode ser [inaudible]é um suporte para a construção da igreja (Trecho do áudio)
De sua parte, Milton Ribeiro se posicionou sobre o assunto, confirmando a veracidade do áudio publicado, mas negando que sua conversa envolvesse favorecer aliados evangélicos.
Prefeitos relatam oferta de suborno de pastores
Em entrevista à CNN, o prefeito de Boa Esperança do Sul (SP), José Manoel de Souza, disse que o pastor Arilton Moura havia pedido R$ 40 mil para a liberação de recursos destinados à construção de uma escola em sua cidade. Cidade. A oferta de propina teria ocorrido em um evento do Ministério da Educação em Brasília no ano passado.
“Posso escrever uma carta agora, mandar, colocar no sistema e te dar escola profissionalizante, mas, em troca, você tem que fazer um depósito na conta da Igreja Evangélica”, diz o pastor, na conversa relatada pelo jornal. prefeito de Boa Esperança do Sul.
O pastor Gilmar Santos, citado pelo prefeito como um dos participantes do evento em Brasília, postou nota em sua rede social, dizendo que são falsas as declarações sobre sua participação em um “gabinete paralelo de pastores”.