(Brasil) O presidente brasileiro Jair Bolsonaro anunciou que eventualmente não será vacinado contra a COVID-19, após alegar durante meses que seria o “último brasileiro” com imunidade.
Decidi não vacinar mais. Vi novos estudos e minha imunidade está em alta, então por que preciso da vacina? perguntou o presidente de extrema direita em uma entrevista na terça-feira à noite na Rádio Jovim Ban, sem especificar a quais estudos ele estava se referindo.
Um possível efeito colateral, insistiu o chefe de Estado, que já disse no passado em tom sarcástico que a vacina da Pfizer poderia “transformar (as pessoas) em um crocodilo”.
Por ter contraído o vírus com sintomas leves, em julho de 2020, Jair Bolsonaro afirmou repetidamente que tinha nível de anticorpos suficiente para isentá-lo da vacinação, tese que foi refutada por epidemiologistas.
Jair Bolsonaro vem sendo criticado por lidar com a crise de saúde, em um país que acaba de cruzar a barreira das 600.000 mortes, e se opõe veementemente ao passaporte de saúde que muitas grandes cidades brasileiras exigem para ter acesso a alguns lugares públicos.
“Para mim a liberdade está acima de tudo. Se um cidadão não quer ser vacinado, tem o seu direito”, resumiu o presidente.
Mais de 71% dos 213 milhões de brasileiros receberam pelo menos uma dose da vacina COVID-19 e 45% deles estão totalmente imunizados.
O fato de Jair Bolsonaro se recusar a vacinar gerou muitas críticas no exterior, especialmente durante sua viagem a Nova York no mês passado para a Assembleia Geral das Nações Unidas.
Foi surpreendentemente fotografado comendo pizza em pé em uma rua de Nova York, brincadeira que a imprensa brasileira atribuiu ao fato de nenhum restaurante aceitá-lo por falta de passaporte médico.