crise diplomática entre o Brasil de Lula e a Nicarágua de Ortega

crise diplomática entre o Brasil de Lula e a Nicarágua de Ortega

A ausência do embaixador brasileiro Breno de Souza em recente cerimônia oficial na Nicarágua gerou “descontentamento” entre as autoridades nicaraguenses, “embora ele não tenha sido o único diplomata ausente”, segundo fonte diplomática brasileira.

Foi a comemoração, em 19 de julho, do aniversário da revolução sandinista, segundo veículos de comunicação da oposição nicaraguense no exílio. Diante da reação de Manágua desejando a saída do diplomata brasileiro, “o Brasil respondeu dizendo que não era um caminho produtivo que levasse a resultados positivos”, segundo a mesma fonte.

Mas a Nicarágua ignorou o pedido e expulsou o diplomata brasileiro, levando Brasília a expulsar a embaixadora nicaraguense Fulvia Patricia Castro como medida recíproca, acrescentou. As autoridades em Manágua não fizeram nenhuma declaração sobre o assunto.

Chamada perdida

O chefe de estado nicaraguense ignorou as tentativas de Lula de mediar, a pedido do Papa Francisco, a libertação de um clérigo preso. “Daniel Ortega não atendeu o telefone e não quis falar comigo. Então, não falei com ele desde então”, disse o presidente brasileiro em 22 de julho, durante uma entrevista a agências de notícias internacionais.

Acusando a Igreja Católica de apoiar protestos antigovernamentais, o governo nicaraguense prendeu cerca de trinta clérigos desde o final de 2023, antes de enviá-los de volta ao Vaticano. Daniel Ortega governou na década de 1980 após o triunfo da revolução, retornou ao poder em 2007 e foi reeleito em eleições não reconhecidas por Washington, a UE e organizações internacionais.

O ex-líder guerrilheiro de 78 anos é acusado de estabelecer um regime autoritário no país centro-americano de sete milhões de pessoas. Em 2018, três meses de protestos contra o regime de Ortega foram brutalmente reprimidos, deixando mais de 300 mortos, centenas de detidos e milhares forçados ao exílio, de acordo com a ONU.

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