A Polisario está aproveitando o retorno da onda vermelha ao poder na América Latina. A visita, realizada no sábado e domingo, foi demonstrada pelo vice-ministro das Relações Exteriores de Honduras, Torres Zelaya Gerardo José Antonio, nos campos de Tindouf. Ele deve se encontrar no domingo, 13 de fevereiro, com Ibrahim Ghaly.
O diplomata hondurenho deverá chegar a Argel, onde manterá conversações com o chefe da diplomacia, Ramtane Lamamra, e o enviado especial argelino para os países do Sahara Ocidental e do Magrebe, Amar Blani.
Esta viagem à Polisario ocorre apenas três semanas após a posse do novo presidente Xiomara Castro (da ala esquerda do Partido Liberal) em 27 de janeiro de 2022. Como lembrete, Honduras restabeleceu as relações diplomáticas com a RASD em junho de 2013, sob a presidência de Porfírio Lobo. O atual secretário-geral do Movimento Saharaui para a Paz, Hach Ahmed, desempenhou um papel fundamental nesta recuperação, encerrando assim 13 anos de divisão entre os dois partidos.
A 2ª visita do diplomata a este país latino-americano chega mesmo a tempo da Frente Polisário, que regressou de mãos vazias da última cimeira da União Africana, realizada de 5 a 6 de fevereiro em Adis Abeba. Um sucesso diplomático capaz de superar seus retrocessos na União Africana.
Sob o presidente conservador Juan Orlando Hernandez (27 de janeiro de 2014 a 27 de janeiro de 2022), houve uma reaproximação com o Marrocos, marcada pela visita da ex-ministra das Relações Exteriores Maria Dolores Aguero a Rabat em maio de 2018, janeiro de 2019 conversas no Brasil entre o ex-primeiro-ministro Saad Eddine El Othmani e o presidente Hernandez e coordenação no nível parlamentar. No entanto, o caminho da retirada do reconhecimento da “RASD” nunca foi contornado.
Graças ao retorno da esquerda ao poder na América Latina, a Polisario já restaurou o reconhecimento do Peru e da Bolívia como sua “república”. O Chile pode se juntar a eles em março próximo para a posse do presidente Gabriel Borich.