Texas, Brasil, Indonésia… O tempo está ficando selvagem. Chuvas torrenciais caem há uma semana no sul do Brasil. Quase 80.000 pessoas tiveram que ser evacuadas de suas casas. Segundo a Defesa Civil, o último balanço da noite de domingo, 5 de maio, é de 75 mortos, 105 desaparecidos e muitos feridos.
A grande metrópole, Porto Alegre, abriga cerca de 1,4 milhão de habitantes, todos inundados. Cerca de 3.000 soldados, bombeiros e equipes de resgate são mobilizados para resgatar moradores. A água continua seu caminho, segundo o município, o rio Guaíba que corta a cidade de Porto Alegre bateu novo recorde ao atingir a barra de 5,30 metros. O último pico foi de 4,76 metros em 1941.
A situação é “dramática” e “sem precedentes”, declarou Edurado Leite, governador do estado. Neste domingo, recebeu o presidente do Brasil Lula pela segunda vez desde o início das enchentes. Durante a sua visita, o presidente lançou o Plano Marshall para reconstruir a região, segundo a AFP.
Os pedidos de doações estão aumentando
Enquanto espera no chão, é um caos. A chuva não para. O acesso à água é cortado para 70% dos moradores de Porto Alegre. Cidades vizinhas como Canoas, Guaíba e Eldorado estão todas alagadas. Aumentam os pedidos de doações para as 341 localidades, assim como os gestos de solidariedade. Os moradores são obrigados a se refugiar nos telhados enquanto esperam por ajuda. Ponteiros navegam pelas ruas e avenidas em busca de vítimas ou pessoas presas.
No entanto, o estado do Rio Grande do Sul já foi atingido diversas vezes durante as enchentes de setembro, que ceifaram 31 vidas após a passagem de um ciclone devastador. Segundo os especialistas, estes fenómenos meteorológicos devem-se às alterações climáticas causadas pela atividade humana.