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A catastrófica situação da saúde no Brasil faz deste país um verdadeiro pária no cenário internacional, classificado como “zona vermelha” pela França. Desde abril, não emite mais vistos para estudantes brasileiros, uma vez que estudar não é mais considerado um motivo imperioso. Estudantes e pesquisadores brasileiros estão preocupados com essa situação.
Com nosso correspondente no Rio de Janeiro, Sarah Cozzolino
Leandro de Sousa deverá iniciar o processo de devolução do apartamento, saída do emprego e levantamento dos documentos para o pedido de visto. Mas sua entrada no Master 2 na Universidade Clermont-Auvergne em setembro próximo é totalmente incerta.
« Eu realmente tenho a sensação de que estamos perdendo tempo e não temos garantias, ele confidencia. Isso nos machuca porque nem sabemos como organizar nossas vidas nos próximos meses. Não é uma simples mudança de vida ou uma mudança trivial. »
Uma situação que lhe parece injusta, embora já tenha recebido suas duas doses da vacina AstraZeneca antes de sua viagem à França: ” Somos impedidos de entrar na França, independentemente de nossa condição de imunização. Temos a impressão de ficarmos sem perspectivas enquanto aguardamos uma possível melhora na situação da saúde no Brasil. »
Direitos do aluno violados
Cerca de 350 estudantes e pesquisadores são afetados por esse bloqueio, que viola os direitos dos estudantes brasileiros, segundo o promotor Roberto Livianu: “ Não podemos admitir que depois de ter trabalhado, gasto suas economias e seu tempo, os alunos sejam aceitos, então a França simplesmente diga “não” a eles. O que seria aceitável é que a ideia do visto já seja assumida. »
Junto com outros alunos, Leandro afirma que estudar deve ser visto como um motivo forte para viajar para a França. Eles escreveram uma carta ao governo francês.
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