Hospitais brasileiros com escassez de sedativos diante do COVID-19

Hospitais brasileiros com escassez de sedativos diante do COVID-19

RIO DE JANEIRO (Reuters) – Hospitais de todo o Brasil nesta quinta-feira ficaram sem sedativos para tratar o crescente número de pessoas com COVID-19, com relatos de pacientes gravemente enfermos sendo amarrados e intubados sem receber os suprimentos adequados.

Essa situação aumenta a pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro, já que o país sul-americano é um dos mais gravemente afetados no mundo pela pandemia do coronavírus.

Médicos sem Fronteiras (MSF) disse que a resposta inadequada das autoridades brasileiras à crise de saúde resultou em milhares de mortes evitáveis ​​e em um desastre humanitário que pode piorar ainda mais.

Apenas os Estados Unidos lamentam mais mortes ligadas à COVID-19 do que o Brasil, onde os últimos dados oficiais mostraram um número de mortos de mais de 365.000. Mais de 13,7 milhões de contaminações foram confirmadas no país.

O Brasil é o atual epicentro da pandemia, com um número de mortes diárias sem paralelo em todo o mundo – mais 3.560 mortes foram relatadas na quinta-feira – e os hospitais estão lutando para lidar com o crescente fluxo de pacientes.

Jair Bolsonaro minimizou regularmente a periculosidade do coronavírus e se opôs às medidas de contenção e ao uso generalizado da máscara. O líder de extrema direita mencionou recentemente uma possível saída da crise de saúde graças às vacinas.

No Rio de Janeiro e em São Paulo, autoridades locais deram o alarme sobre a escassez de sedativos, tendo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo alertado esta semana que o sistema hospitalar estava à beira do colapso diante do número de pacientes com uma forma grave de COVID-19.

Pacientes criticamente enfermos, que costumam ter dificuldade para respirar, costumam receber sedativos para serem colocados em um ventilador, enquanto o corpo tende naturalmente a rejeitar tal procedimento.

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Com a sobrecarga das unidades de terapia intensiva, hospitais de todo o país são forçados a montar leitos de reanimação improvisados, muitas vezes sem o equipamento e a especialização necessários.

Vários pacientes de um hospital do Rio foram intubados amarrados ao leito, sem os sedativos adequados, segundo a Rede Globo. A prefeitura do Rio garantiu que produtos substitutos fossem administrados e que os instrumentos de contenção fossem usados ​​apenas quando recomendados pelos médicos.

Lotes de sedativos eram esperados durante o dia no Rio, informou a prefeitura.

(Leandra Camera e Pedro Fonseca; versão francesa Jean Terzian)

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