São Paulo (awp/afp) – Os investimentos chineses no Brasil caíram 78% no ano passado em relação a 2021, para US$ 1,3 bilhão, o menor desde 2009, segundo relatório publicado nesta terça-feira.
Esse valor calculado pelo Centro Empresarial Brasil-China (CEBC) é quase cinco vezes inferior aos 5,9 bilhões de dólares registrados há dois anos, quando o Brasil liderava o ranking mundial de países que recebem recursos chineses.
Em 2022, o gigante sul-americano caiu para o nono lugar e foi até ultrapassado pelo seu vizinho argentino (1,34 mil milhões de dólares).
O CEBC atribui esta queda à ausência de “projectos particularmente importantes nos sectores mineiro e energético, infra-estruturas, que requerem um grande aporte de capital”, segundo Tulio Cariello, um dos líderes do relatório.
Isto está particularmente ligado “ao facto de os grandes projetos anunciados no ano passado demorarem a concretizar-se, aguardando licenças ambientais”, especifica.
Mas isto “não reflecte a falta de interesse da China em relação aos investimentos no Brasil”, assegura o CEBC, organização que visa estreitar os laços entre as empresas dos dois países.
O volume financeiro despencou, mas o número absoluto de projetos que recebem investimento chinês atingiu um novo máximo: 32 em 2022, um aumento de 14% em relação ao ano anterior, o maior desde 2018.
Apesar desta queda no investimento chinês, o Brasil viu o investimento estrangeiro quase duplicar no ano passado face a 2021 (+95%), para 90,6 mil milhões de dólares, segundo números do Banco Central do Brasil citados pelo CEBC.
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