Um magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira, 24 de junho, anulou dois novos processos que haviam sido movidos contra Luiz Inácio Lula da Silva pelo ex-desembargador Sérgio Moro, que já havia sido declarado “parcial” no caso que rendeu ao ex-presidente 19 meses de prisão. A decisão invalida todos os elementos coletados por Sergio Moro e zera os procedimentos, afastando a possibilidade de uma condenação relativamente rápida em segunda instância que impeça Lula, de 75 anos, de concorrer às eleições presidenciais de novembro de 2022.
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Gilmar Mendes determinou que houvesse “Identidade factual e legal” entre o caso para o qual Sergio Moro havia sido declarado “parcial” e os outros dois passaram para as mãos da figura de proa da operação anticorrupção “Lavage Express” lançada de Curitiba (sul). Ele, portanto, ordenou a“Cancelar todos os procedimentos de tomada de decisão do magistrado, incluindo os da fase anterior ao procedimento”.
Lula foi condenado por Sergio Moro em 2017 a 9,5 anos de prisão por ter se beneficiado de um triplex no litoral paulista oferecido por uma construtora em troca de contratos com a estatal petrolífera Petrobas. Um tribunal confirmou e aumentou a sentença na apelação, o que impediu o ex-presidente (2003-2010) de participar das eleições de 2018 e o manteve atrás das grades de abril a novembro de 2019.
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Mas a segunda Câmara do STF (composta por cinco juízes) julgou em março na defesa de Lula denunciando o “Tendência” de Sergio Moro, destacado em particular quando ele foi nomeado Ministro da Justiça pelo presidente de extrema direita Jair Bolsonaro. O Supremo Tribunal Federal ratificou a decisão em plenário, por 7 votos a 4. O juiz Mendes já estendeu a decisão aos outros dois processos que tramitam em Curitiba, ambos em fase preliminar. Uma é trabalhar em um campo em Atibaia, no interior de São Paulo, e outra na compra de terras pelo Instituto Lula.
O ex-presidente, que sempre se disse inocente, foi inocentado nos últimos meses de várias acusações de corrupção investigadas em várias jurisdições do país. Junto com os negócios de Curitiba que ficará desorientado em Brasília, o ícone da esquerda latino-americana ainda é alvo de outros três procedimentos, um também na capital e dois em São Paulo.