Nesta quinta-feira, um magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou dois novos processos movidos contra Luiz Inácio Lula da Silva pelo ex-juiz Sergio Moro. Já havia sido declarado “Parcial” no caso que rendeu ao ex-presidente brasileiro 19 meses de prisão.
A decisão invalida todos os elementos coletados por Sergio Moro e zera os procedimentos, afastando a possibilidade de uma condenação relativamente rápida em segunda instância que impeça Lula, de 75 anos, de concorrer às eleições presidenciais de novembro de 2022.
Processo cancelado
O juiz Gilmar Mendes entendeu que houve “Identidade factual e legal” entre o caso para o qual Moro foi declarado “parcial” e os outros dois passaram para as mãos da figura de proa da operação anticorrupção Lavage Express lançada de Curitiba (PR). Mendes, portanto, ordenou“Cancelar todos os procedimentos de tomada de decisão do magistrado, incluindo os da fase anterior ao procedimento”.
Lula foi condenado por Sergio Moro em 2017 a nove anos e meio de prisão por ter se beneficiado de um triplex no litoral paulista oferecido por uma construtora em troca de contratos com a estatal petrolífera Petrobas. Um tribunal confirmou e aumentou a sentença na apelação, o que impediu o ex-presidente (2003-2010) de participar das eleições de 2018 e o manteve atrás das grades de abril a novembro de 2019.
“Parcialidade” por Sergio Moro
Mas a segunda Câmara do STF (composta por cinco juízes) julgou em março em defesa de Lula, denunciando o “Tendência” por Sergio Moro, particularmente evidente quando ele foi nomeado Ministro da Justiça pelo presidente de extrema direita Jair Bolsonaro. O Supremo Tribunal Federal ratificou esta decisão em plenário, por sete votos a quatro.
O juiz Mendes já estendeu essa decisão aos outros dois casos que tramitam em Curitiba, ambos em fase preliminar. Um diz respeito às obras em uma fazenda em Atibaia (SP) e o outro à compra de terras pelo Instituto Lula.
O ex-presidente, que sempre se disse inocente, foi inocentado nos últimos meses de várias acusações de corrupção investigadas em várias jurisdições do país. Junto com os negócios de Curitiba, que ficará desorientado em Brasília, o ícone da esquerda latino-americana ainda é alvo de outros três procedimentos, um também na capital e dois em São Paulo.