Alguns dizem que chegaram da Ásia num barco que naufragou, outros que foram trazidos da Guiana: o certo é que os milhares de búfalos que vivem na ilha brasileira do Marajó se tornaram o símbolo, a polícia indo assim tanto quanto patrulhar em suas costas.
Embora sua origem permaneça um mistério, os búfalos nativos da Índia e do Sudeste Asiático (Bubalus bubalis) adaptaram-se ao longo das décadas ao clima tropical desta ilha costeira localizada no coração da foz do Amazonas, no norte do Brasil.
Atualmente, cerca de meio milhão desses mamíferos, mais do que a população de 440 mil habitantes da ilha, vive neste pedaço de terra maior que a Suíça (49 mil km2) localizado no Estado do Pará.
O bovino, que pode pesar até 1.200 kg e medir cerca de 2,5 m de comprimento, tornou-se o símbolo da ilha, onde pode ser visto puxando carroças pelas ruas de Soure, principal vila desta ilha. turista às grandes praias de areia branca.
A sua imagem é omnipresente: logótipos, esculturas, frescos murais ou menus de restaurantes, onde a sua carne é servida como bife acompanhado de queijo.
Corridas deste animal com chifres longos e curvos são organizadas regularmente durante os festivais locais.
-“Patrulha dos Búfalos”-
Desde 1990, o 8º Batalhão da Polícia Militar de Soure também utiliza búfalos asiáticos para patrulhas, com policiais fortemente armados montando os imponentes animais também conhecidos como búfalos aquáticos por sua atração por ambientes aquáticos. .
Uma placa, representando um búfalo de aparência feroz com cartuchos segurando um rifle, adorna a entrada de seu quartel-general.
“A patrulha dos búfalos nasceu da necessidade de enviar nossas tropas para os vastos campos alagados do Marajó. Há trinta anos, era a única solução”, disse à AFP o comandante-chefe do batalhão, Leomar Aviz. .
A polícia diz que eles chegam a esses pântanos muito mais rápido do que um cavalo ou uma motocicleta.
Os búfalos são excelentes nadadores e navegam facilmente pelos solos alagados e lama dos manguezais durante a estação chuvosa. Na Ásia, são amplamente utilizados para trabalhos agrícolas em campos de arroz.
Aprender a dominá-los, porém, não é uma tarefa fácil e os policiais passam por um longo treinamento que não é, no entanto, desprovido de humor. “Alguns veteranos dizem aos iniciantes que o búfalo pode sentir o cheiro de um criminoso a mais de um quilômetro de distância”, sorri o major Aviz.