Um ministro raramente usa seu título tão mal. Ricardo Salles, o ministro do meio ambiente brasileiro que foi muito criticado – ou melhor, “Anti-Ministro do Meio Ambiente” Como seus críticos o chamam – ele anunciou sua renúncia na quarta-feira. O homem de 46 anos que parece o primeiro da classe foi um dos poucos membros do círculo muito próximo de Bolsonaro que permaneceu no governo desde que ele assumiu o cargo em 1º de janeiro de 2019.
Não faltaram controvérsias, escândalos e processos judiciais para derrubá-lo. Em maio, seus escritórios foram invadidos a pedido de um juiz do Tribunal Superior em conexão com a Operação Akuanduba, e seu sigilo bancário foi levantado. A Polícia Federal suspeita que Ricardo Salles esteja envolvido em uma vasta rede criminosa internacional de contrabando de madeira, que confunde corrupção com peculato. Um mês depois, no início de junho, outro juiz da Suprema Corte abriu uma nova investigação contra ele. Desta vez, o ministro é acusado de obstruir uma das maiores investigações sobre o programa de desmatamento ilegal na região amazônica. Essas atividades provavelmente irritarão os defensores do clima porque interferem na manutenção desse ecossistema complexo, que produz oxigênio, retém gases de efeito estufa e é o lar de uma biodiversidade incomparável.
equilíbrio ecológico catastrófico
Especialmente porque Salis tem um histórico empolgante à frente do Ministério do Meio Ambiente nessa questão crítica de conter o aquecimento global. Nos últimos dois anos, o desmatamento na Amazônia aumentou quase 50% em relação aos últimos dois anos. Em 2020, mais de 11 mil quilômetros quadrados da maior floresta tropical do mundo foram destruídos no Brasil, nível não visto desde 2008. E parece que esse aumento continuará a aumentar em 2021, de acordo com os primeiros números.
A Amazônia não é a única região que sofreu as consequências das decisões das elites brasileiras nos últimos anos. O Pantanal, pantanal na fronteira com a Bolívia conhecida por sua alta biodiversidade, ou a savana do Cerrado, vasta região do centro do país, tem sofrido vários incêndios desde que a populista extrema direita chegou ao poder. . Muitos os culpam pelo declínio contínuo dos recursos humanos e financeiros alocados aos vários órgãos públicos responsáveis pela proteção do clima. Em 2021, o Ministério do Meio Ambiente também registrou o menor orçamento em 20 anos.
Na cúpula do clima dos Estados Unidos em abril passado, Jair Bolsonaro prometeu acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, embora ninguém acreditasse em suas declarações. Há um ano, em tom totalmente diferente, o ministro da Saúde, por sua vez, deixou claro seu desejo de aproveitar o fato de que a mídia está focando a pandemia para afrouxar normas e padrões ambientais, durante reunião ministerial que não imaginava cerca de. foi filmado. A gravação, publicada em jornais brasileiros, causou sensação.
Alternativa, mas sem mudança
Apesar de todas essas polêmicas, Ricardo Salles manteve o apoio inabalável de seu chefe até sua saída na quarta-feira. No dia anterior, Jair Bolsonaro recebeu O casamento entre a agricultura e o meio ambiente aquilo foi “Quase perfeito” Durante sua gestão, eu o felicitei por sua existência “Ocupei este ministério e não é fácil”.
Quanto às associações e ambientalistas, estamos claramente satisfeitos com a saída de Salles. Sem imaginar que sua queda prenuncia uma mudança na política ambiental do governo brasileiro. Para o WWF no Brasil, “A saída do pior ministro do Meio Ambiente da história não significa que a situação vai melhorar.” Frases “Todo mundo sabe que a raiz dos problemas está no Palácio do Planalto.A residência oficial do Presidente do Brasil.
É preciso dizer que o seu substituto, Joaquim Álvaro Pereira Leite, embora ainda esteja longe dos escândalos e das investigações judiciais, não tem uma imagem mais tranquilizadora. Membro do governo desde 2019, foi até então Secretário da Amazônia e de Serviços Ambientais, portanto, era filiado ao mesmo ministério de seu antecessor. Antes de assumir o cargo, trabalhou por vinte anos como consultor da Associação Rural Brasileira, entidade que representa os interesses do agronegócio, pouco conhecida por sua atuação em prol do meio ambiente.