Figuras de meio-tom. O desmatamento continua diminuindo na Amazônia brasileira, caindo 59% em setembro em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados oficiais publicados nesta sexta-feira, 6 de outubro. Precisamente, cerca de 590 km² foram desmatados no mês passado na parte brasileira da Amazônia, em comparação com cerca de 1.454 km² em setembro de 2022, segundo dados de satélite do sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil.
O suficiente para confirmar a tendência positiva para a maior floresta tropical do mundo, iniciada desde a volta do presidente Lula ao poder.
O chefe de estado de esquerda, já no cargo de 2003 a 2010, iniciou seu terceiro mandato em janeiro prometendo tornar a preservação da Amazônia uma prioridade e fazer todo o possível para erradicar o desmatamento ilegal a partir daqui até 2030.
E a promessa está parcialmente encaminhada: de janeiro a setembro de 2023, a área desmatada foi de 4.302 km², aproximadamente a metade dos 8.590 km² registrados no mesmo período de 2022.
O mandato de seu antecessor, o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, foi marcado pela devastação infligida à selva. De 2019 a 2022, o desmatamento na Amazônia saltou 75% em relação à média da década anterior.
A savana alvo da agroindústria
Apesar destes esforços, a situação é bem diferente no Cerrado, onde o desmatamento ilegal está batendo recordes. Esta região de savana tropical, rica em luxuriante biodiversidade no centro do país e no sul da Amazônia, é devastada por um desmatamento desenfreado, principalmente ligado à agroindústria.
Cerca de 516 km² foram desmatados em setembro, um salto de 89% em relação ao mesmo mês de 2022. Um recorde para um mês de setembro desde o início da coleta de dados, em 2018.
Na Amazônia, setembro é geralmente um mês seco, mas a região enfrenta atualmente uma seca excepcionalmente severa. Fenômeno agravado pelo fenômeno El Niño, que baixa consideravelmente o nível de alguns rios.
O governo prometeu esta semana empenhar meios para garantir o abastecimento de água e alimentos às populações afetadas no estado do Amazonas, o mais atingido por esta seca.