“Aviso você, a agenda dele está cheia e ele não terá muito tempo.” Seu secretário de imprensa diz imediatamente. Somos recebidos na porta do InterContinental, hotel muito elegante de São Paulo onde o ex-juiz Sergio Moro, uma das figuras da operação anticorrupção “Lava Gato” e o “coração” do O ex-presidente de esquerda Luis Inácio Lula da Silva, conhecido como Lola, reside durante sua semana de campanha na cidade grande. O candidato presidencial do Podemos (à direita) encerra entrevista ao canal de TV católico Aparecida. Como de costume, o ex-ministro da Justiça Jair Bolsonaro está espremido no encosto da cadeira, falando devagar, com longas pausas, balançando a cabeça. Ele fica feliz quando no final da entrevista o locutor pede para ele tirar uma selfie com ele. “Isso é para minha mãe” O jornalista está feliz.
Sergio Moro, por sua vez, avisa que tem muito pouco tempo. Ele insiste nas alianças que acaba de forjar com os movimentos conservadores que organizaram manifestações para o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016. Então, muito rapidamente, o aborrecimento pode ser lido em seu rosto quando solicitado a retornar. Sobre seu passado e como enfrentou a decisão do Supremo, em março de 2021, que o declarou “tendencioso” e revogou parte de sua condenação, inclusive do ex-presidente Lula? “Nunca houve preconceito, é um grande erro do tribunal. Meu trabalho como juiz e como ministro da Justiça tem sido excelente” Ele responde com raiva.
Métodos controversos
O incômodo aumentou um pouco quando mencionamos o vazamento, organizado por um hacker, em junho de 2019, de suas conversas com promotores da Operação “Lava Jato” no Telegram, que foi dissecado em diversos veículos enquanto ele mantinha os lacres. Foi esse processo que levou à prisão de empresários e políticos e Lula, no âmbito do combate à corrupção, que ficará um ano e meio atrás das grades. E enquanto Sergio Moro se apresentava como um juiz investigador honesto e íntegro em seu lugar, essas conversas, ao contrário, revelavam uma violação de sua imparcialidade. Ao longo da investigação, ele assessorou a promotoria para melhor demolir os argumentos da defesa, ao mesmo tempo em que analisa o caso de Lula.
Sergio Moro levanta o queixo: “O Brasil tinha uma imagem muito negativa na comunidade internacional e nós a mudamos graças à Operação Lava Jato.” Ele afirma que uma parte do Judiciário, apesar de seus ganhos no combate à corrupção, rejeita veementemente seus métodos. O professor de Direito Constitucional da Universidade de São Paulo Pedro Serrano resume sua percepção: Moreau praticou uma longa lista de infrações graves. Ele liderou as investigações, enquanto como juiz, ele teve que permanecer independente da acusação e da defesa. » Moreau rejeita essa análise, olha para o relógio e pede água com gás.
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