A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu limitar as trocas de treinadores na mesma temporada da primeira divisão, na valsa do técnico campeã nacional. A nova regra, aprovada nesta quarta-feira em Conselho que reúne representantes das 20 principais seleções do futebol brasileiro, estipula que os clubes só podem demitir um técnico por temporada.
Uma segunda mudança só será possível internamente, desde que o novo dirigente já seja funcionário do clube há seis meses. Os treinadores só poderão pedir demissão para ingressar em outra equipe uma vez na temporada, mas serão livres para encontrar um novo empregador cada vez que forem demitidos. “Este é um grande passo para o futebol brasileiro, será benéfico tanto para os clubes quanto para os treinadores”, disse o presidente da CBF, Rogério Caboclo, em nota da confederação.
O dirigente espera que a nova regra estabeleça “uma relação mais madura e profissional (entre clubes e treinadores), com períodos mais longos e consistentes” à cabeça das equipas. “É o fim do jogo musical da cadeira”, resumiu. Segundo estudo publicado no ano passado pelos pesquisadores Matheus Galdino, Pamela Wicker e Brian Soebbing, o campeonato brasileiro é aquele em que mais se observam mudanças de treinadores no mundo, 37,1 por temporada em média de 2003 a 2018, contra 21 na Argentina , 10 na Inglaterra ou 4,9 na França.
O Botafogo, lendário clube carioca que viu Garrincha, Gerson ou Jairzinho brilharem nas suas fileiras, trocou de treinador quatro vezes na última temporada e isso não o impediu de ser rebaixado para a segunda divisão pela terceira vez em sua história. O próximo “Brasileirao”, campeonato nacional da primeira divisão, deve começar no dia 30 de maio. A temporada anterior, que começou tarde devido à pandemia do coronavírus, terminou em fevereiro. Alguns clubes profissionais estão jogando campeonatos regionais, mas as competições foram suspensas em vários estados devido ao agravamento da pandemia.