Número de mortos sobe para 100

Número de mortos sobe para 100

As chuvas torrenciais que causaram inundações e deslizamentos de terra ao redor de Recife, no nordeste do Brasil, mataram pelo menos 100 pessoas, de acordo com um último relatório divulgado terça-feira, 31 de maio pelas autoridades locais.

O governo do estado de Pernambuco, do qual Recife é a capital, também informa 14 desaparecidos, enquanto as buscas continuam nas áreas mais afetadas. Mais de 400 bombeiros estão mobilizados, notadamente no Jardim Monteverde, na divisa entre Recife e Jaboatão dos Guararapes, onde várias dezenas de pessoas foram soterradas por um deslizamento de terra.

Mais de 6.000 pessoas na região do Recife perderam suas casas e tiveram que ser acomodadas em estruturas de acolhimento, segundo o último relatório das autoridades. O estado de emergência foi decretado em 24 municípios de Pernambuco. O presidente brasileiro Jair Bolsonaro sobrevoou as áreas inundadas na segunda-feira e o governo liberou um crédito de 1 bilhão de reais (cerca de 198 milhões de euros) para ajudar as vítimas. O chefe de Estado foi criticado por dizer que esses tipos de desastres são “coisas que acontecem“, depois de uma tragédia semelhante que fez 233 em Petrópolis, perto do Rio de Janeiro (sudeste), em fevereiro.

Aquecimento global

Outras inundações mortais ocorreram no final do ano passado na Bahia (nordeste), depois em janeiro no sudeste, nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Entre a noite de sexta-feira e a manhã de sábado, choveu o equivalente a 70% do que normalmente se espera para todo o mês de maio em algumas regiões de Pernambuco.

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O especialista em desastres naturais José Marengo disse à AFP que as chuvas excepcionais se devem ao aquecimento global, mas são sobretudo mortais devido à urbanização descontrolada. “A chuva em si não mata. O que é mortal é a chuva em casas localizadas em áreas de risco“, explica este coordenador de pesquisa do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais do Brasil (CEMADEN). Segundo ele, as autoridadesculpado” tendo “permite a construção em áreas de risco, onde vivem populações pobres que não têm para onde ir“.

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