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A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) disse na quinta-feira que os preços globais dos alimentos aumentaram acentuadamente em maio, atingindo seu nível mais alto desde setembro de 2011.
O Índice de Preços de Alimentos da FAO teve média de 127,1 pontos em maio, 4,8% acima do mês anterior e 39,7% em relação a maio de 2020.
Este é o aumento mensal mais forte para o índice desde outubro de 2010.
É também a 12ª alta mensal consecutiva desse indicador, que mede a variação mensal dos preços internacionais de uma cesta de alimentos básicos.
O índice está em apenas 7,6% do nível recorde (137,6 pontos) registrado em fevereiro de 2011.
A FAO explicou que a forte alta registrada em maio deveu-se à alta nos preços dos óleos, açúcar e grãos, além da estabilidade dos preços de carnes e laticínios.
Com isso, os preços dos grãos saltaram 6% em maio ante abril. O aumento foi impulsionado principalmente pela alta de 8,8% nos preços do milho em um mês, associada à revisão para baixo das perspectivas de produção no Brasil. Mas no final de maio, os preços do milho começaram a cair, com as projeções de produção dos EUA revisadas para cima.
aumentar a produção
Os preços globais do trigo subiram em média 6,8% em relação a abril, mas começaram a cair no final do mês. Os preços do arroz permaneceram estáveis.
Por sua vez, os preços dos óleos vegetais continuaram subindo, registrando alta de 7,8% em um mês. O aumento nos preços do óleo de palma está associado ao fraco crescimento da produção nos países do Sudeste Asiático. A alta dos preços da soja é explicada pelas boas perspectivas para a demanda mundial, principalmente no setor de biocombustíveis, afirma a Organização para Agricultura e Alimentação.
Também houve forte alta nos preços do açúcar (+ 6,8% em relação a abril), principalmente devido às preocupações com a redução da produtividade das safras no Brasil.
Os preços das carnes subiram 2,2% em maio em um mês, devido à aceleração das importações chinesas. Os preços dos produtos lácteos aumentaram 1,8%.
Enquanto isso, a FAO anunciou que espera um “recorde” de produção global de cereais em 2021.
Deve chegar a 2,821 milhões de toneladas, um aumento de 1,9% em relação a 2020. Isso será possível principalmente graças ao aumento da produção de milho que deve ser de 3,7% neste ano, segundo o relatório. Boletim da FAO sobre Oferta e Demanda de Cereais, lançado quinta-feira.
“O consumo total de cereais deve aumentar na mesma proporção que a população mundial, e o uso de trigo para alimentação animal também deve aumentar”, disse a FAO.
Os estoques globais de cereais no final dos anos-safra de 2021-2022 devem aumentar 0,3%, para 811 milhões de toneladas. “Este modesto aumento esperado encerraria três anos consecutivos de queda nos estoques”, observa a organização.