O ministro da Felicidades, Eduardo pazuello, disse nesta quarta-feira que o Brasil receberá, entre janeiro e fevereiro, um primeiro lote de 15 milhões de doses de vacina contra covid-19 do laboratório AstraZeneca, desenvolvido em parceria com Universidade de Oxford e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
O acordo para esta vacina, fechado por R $ 1,9 bilhão, prevê a chegada de 100 milhões de doses no primeiro semestre. Com a transferência de tecnologia, o país terá condições de produzir mais 160 milhões de doses no segundo semestre.
Eduardo Pazuello, Ministro da Saúde – Foto: José Dias / PR
Em audiência no Congresso, Pazuello alertou para a real capacidade dos laboratórios internacionais de entregar grandes volumes de vacinas ao Brasil. Segundo ele, quando as negociações avançam, o valor disponível para estabelecer um cronograma confiável é bem menor do que o esperado.
“Ficou muito claro que pouquíssimos fabricantes têm a quantidade e o cronograma de entrega efetivo para o nosso país”, disse.
“Quando chegamos ao final das negociações e cumprimos o cronograma de entrega e fabricação, os números são escassos.”
O ministro também criticou a propaganda em torno das vacinas, que sugere que tudo estaria pronto para o início da imunização. “Na campanha publicitária está tudo bem e maravilhoso, mas quando você pressiona fica bem diferente”, criticou o ministro.
“Quando você vai finalizar a compra, não tem o que quer, o preço não é exatamente esse”, acrescentou, sem citar nenhum laboratório específico.
Pazuello ressaltou que o preço também é um fator importante na escolha da vacina e disse que o imunizador AstraZeneca e Oxford custará US $ 3,75 por dose – que, segundo ele, representa em média um terço do valor das demais vacinas.
“Quando as vacinas estão disponíveis a US $ 18, US $ 20 a dose, precisamos estar atentos. Os valores também fazem parte do nosso processo de tomada de decisão ”, afirmou.
Pazuello também citou a participação do Brasil no consórcio Covax Facility, que reúne dez laboratórios. Nesse acordo, o país já teria assegurado mais 42 milhões de doses, elevando o total já negociado para pouco mais de 300 milhões de doses.
Disse ainda que o governo pretende lançar uma ampla campanha de sensibilização, mas não quer que a vacina seja obrigatória. Ele lembrou, porém, que a decisão caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro disse que as eleições municipais contribuíram para o aumento dos casos de covid-19. Em sua avaliação, porém, a pressão sobre o sistema de saúde também decorre do número de pessoas que não procuraram atendimento até o momento ou que adiaram procedimentos eletivos.
Pazuello disse que o governo está comprometendo recursos para combater a segunda onda da doença, mas disse que “a terceira e a quarta ondas precisam ser entendidas como resultado da crise econômica, com violência doméstica, feminicídio, estupro, saúde mental, suicídio e auto-mutilação “.
Para o ministro, o aumento recente de casos está relacionado ao caráter dinâmico da pandemia. Só a vacina vai trazer de volta ao normal, disse ele.
Chamado ao Congresso para explicar os quase 7 milhões de exames para o covid-19 que estão perto do prazo de validade em um depósito do Ministério da Saúde, Pazuello disse que a logística em torno do tema está sendo bem conduzida.
Os estoques, argumentou, são explicados em parte pela queda no número de casos da doença entre agosto e outubro, o que reduziu a demanda por exames. Ainda de acordo com ele, o volume de exames armazenado atualmente no país é compatível com o tamanho da população brasileira.