O técnico da seleção brasileira, Tite, concedeu entrevista ao jornal marca. Ele fala sobre Vinicius, Rodrygo, Casemiro, Militão… Trechos selecionados.
Você vê o Brasil como favorito para a próxima Copa do Mundo no Catar?
Eu apenas tento me concentrar em fazer o melhor trabalho que posso dia após dia. Excelência é uma rotina, não um olhar para o futuro. É um orgulho poder assistir a treinos e jogos como City-Atlético ou Chelsea-Real.
Também treinos?
Sim. Em 2014 falámos com o Ancelotti e ele abriu-nos as portas do Real Madrid. Tivemos discussões e interações importantes com ele, e agora ele também é um elemento-chave para a Copa do Mundo. Fiquei sete ou oito dias em Madrid.
E nessa segunda etapa do Carlo?
Não, só tivemos contato por telefone.
Você foi chamado em janeiro, por causa da polêmica sobre a volta dos jogadores a tempo da Copa.
Temos uma relação muito respeitosa. Agradeço a oportunidade que nos deu em 2014 e desde então existe uma relação de muita sinceridade, lealdade e transparência.
Você ainda está em contato com Marcelo?
Ele não está aqui porque não fez uma série de jogos importantes, mas está na luta com quem tem mais possibilidades. Tenho muito respeito por suas virtudes e seu passado.
Militão não jogou no Real há um ano, você estava convencido de que ele estaria neste nível agora?
Seria muito fácil para mim dizer sim (risos). O potencial que ele tem, a velocidade, a recuperação, como ele evoluiu fisicamente, sua maturidade nas decisões, ser confiante, consistente… capaz de jogar. Quando as oportunidades se apresentavam, ele mostrava suas habilidades.
Casemiro vive sua pior temporada no clube. Qual a influência da idade e da ausência de pré-temporada?
A pior temporada? Não sigo o Real Madrid tanto quanto você, não assisto todos os jogos, então tenho que respeitar suas opiniões. Mas se eu ficar na seleção, ele mantém um nível muito alto.
Em novembro, Vinicius foi convocado para surpresa de todos devido à lesão de Firmino. Por que lhe custou tanto fazer isso?
Tivemos poucos jogos. Seu amadurecimento em Madrid durou dois anos, na seleção é muito mais rápido, e a naturalidade de seu jogo não ocorreu, as vezes que entrou em jogo não foi fluido, como na Copa América. É precisamente graças a este período de adaptação. Agora acontece mais naturalmente, como se tivesse perdido algum peso. Pedi conselhos a Ancelotti sobre o que poderíamos fazer, sobre os aspectos táticos que eles aplicaram em Madri, para ajudá-lo a jogar pela seleção como eles fazem em Madri. Conversamos sobre situações de ataque que lhe dariam liberdade criativa, um contra um, o processo criativo… É ótimo que dois treinadores trabalhem juntos para tirar o melhor dele.
Você acha que ele será o líder deste Brasil e do próximo?
A liderança como capitães é para Alves e Thiago. Os jogadores que atrairão mais atenção da mídia serão ele e Neymar. As expectativas são altas.
Rodrygo é o único brasileiro de Madrid que não tem vaga garantida no Catar…
Ele tem 21 anos. Ele é jovem, com uma qualidade técnica impressionante. Ele brinca com a cabeça. Ainda não sei se ele estará na Copa do Mundo, mas sei que vai jogar pelo Brasil por muito tempo. Se me preocupa que ele não seja um titular indiscutível em Madrid? Não, ele ainda tem muito tempo.