O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou ter oferecido aos homens de Wagner para servir sob o comando formal de outra pessoa, mas seu líder, Yevgeny Prigozhin, recusou a oferta após seu motim fracassado.
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Em entrevista ao jornal russo Kommersant publicada na noite de quinta-feira, o presidente russo deu detalhes de sua reunião de 29 de junho no Kremlin com Prigogne e os líderes do Grupo Wagner.
Os soldados de Wagner poderiam se unir em um só lugar e continuar servindo. Para eles, nada teria mudado, eles poderiam ser liderados por quem foi seu verdadeiro líder durante todo esse período ”, disse Putin.
O Kommersant especifica que a pessoa nomeada pelo presidente russo é um comandante Wagner com o pseudônimo “Sedoï” (cabelos grisalhos) que, segundo Putin, já comandou paramilitares na frente ucraniana nos últimos 16 meses.
“Muitos (comandantes de Wagner) concordaram quando eu disse isso. Mas (Evgeny) Prigozhin, que estava sentado na frente, não o viu e disse depois de ouvir: ‘Não, os caras não concordam com essa solução, ‘”, afirmou Putin.
Putin afirmou que durante esta reunião, em 29 de junho, discutiu “possíveis soluções” para que o Grupo Wagner continuasse lutando pela Rússia e mostrasse seu “apreço” pelos acontecimentos de 24 de junho.
Em sua entrevista ao Kommersant, ele também falou sobre a falta de um status legal oficial para o Grupo Wagner na Rússia, já que empresas militares privadas não são permitidas por lei.
“O grupo (de Wagner) existe, mas não existe legalmente! (…) Essa é outra questão da efetiva legalização (deles). Uma questão que deveria ser feita na Duma (câmara baixa do parlamento), dentro do governo”, disse Putin.
A rebelião de Wagner abalou o poder russo, em meio ao conflito na Ucrânia.
Os combatentes desse grupo ocuparam por várias horas o quartel-general do exército russo em Rostov-on-Don (sudoeste) e viajaram várias centenas de quilômetros em direção a Moscou.
A rebelião terminou na noite de 24 de junho com um acordo de que o Sr. Prigozhin partiria para a Bielo-Rússia, enquanto seus combatentes poderiam se juntar a ele lá, ingressar no exército regular russo ou retornar à vida civil.