Do Brasil a Isère, Martin Monte Laupi acompanha doze artistas das favelas do Recife. Acompanhados pelo diretor de Grenoble, Laurent Poncelet, eles criarão um show para uma turnê européia e brasileira de oito semanas por três cidades. “Roda favela” é um road movie tão animado quanto comovente. No palco, contam suas histórias individuais e coletivas.
“Roda favela” significa “a favela está avançando”. No palco, no filme La Lupe, de Martin Monti, ela corre, golpeia, ruge e se entrega com toda a sua crueldade e, às vezes, com a sua ternura. Percussionistas, dançarinos, atores, tudo ao mesmo tempo. São jovens artistas brasileiros. Todos estão ligados à associação de educação popular “Pé no chao”. Ela está envolvida na educação de crianças e no apoio às mães, e convida jovens das favelas a resgatarem sua cultura afro-brasileira. Então nesse bairro do Recife, com a música “Pé no chão”, a gente dança, canta, escreve, toca… toca a vida.
“Você tem a função de movimentar o que tem no estômago.”
Laurent Poncelet, diretor da Roda Favela
Laurent Poncelet Atua em cooperação com a Federação Brasileira há cerca de quinze anos. “Roda favela” é seu quinto programa com jovens brasileiros: “É uma história de amor, às vezes é difícil. Mas não consigo parar porque sinto toda a vida que temos juntos e acho que isso pode mudar o mundo.
Se o percurso de cada artista for diferente, todos partilham o desejo de uma vida melhor. E para o bem de todos, ela sobe ao palco. Para Gal, a mãe solteira que não sabe se encontrará emprego novamente no final da viagem, para Vitinho que já perdeu o emprego de enfermagem por causa desta viagem à França, para Mirian, a violoncelista, a única estudante de cor no Conservatório do Recife e para todos os demais também.
“Este espetáculo vai nos libertar… Dança é resistência.”
Dos primeiros ensaios no Brasil até a preparação do show na França, o diretor Martin Monte Laube acompanha a banda para L’amour, Lance-en-Vercoeur e Kroll. Participamos da criação do espetáculo, dos encontros com as famílias acolhedoras, com as escolas de dança e depois das dúvidas e questionamentos desses jovens artistas: “ Acho que esse programa seria libertador para nos contar o que vivenciamos no dia a dia; Vitinho disse. Mostraremos as emoções aprisionadas que carregamos como medo, ansiedade e traumas desde a infância e adolescência. Dançar significa resistência.”
Então, rimos com eles, choramos, dançamos e, no final do filme, só queremos conhecê-los…
“Rhoda Favela: Danças e Esperanças” de Martin Monte Laupi. Uma aliança de coprodução entre Film Production e France 3 AURA, será descoberta na quinta-feira, 26 de janeiro, às 23h45, na France 3 Auvergne-Rhône-Alpes, na caixa de documentários La France en vérité, e no replay abaixo até 02/ 26/2023: