As receitas fiscais federais do Brasil caíram pelo terceiro mês consecutivo em agosto, destacando os desafios que o governo enfrenta para melhorar as finanças públicas, ao mesmo tempo que depende do aumento da arrecadação.
No mês passado, a receita tributária total caiu 4,14 por cento em termos reais em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 172,785 bilhões de reais (35 bilhões de dólares), informou quinta-feira o serviço de receitas do país. Esta descida segue-se a quedas mensais de 4,20% em julho e de 3,37% em junho.
Os dados foram novamente afetados pela queda de 23,30% na arrecadação de impostos sobre as sociedades, segundo a Receita Federal, que já havia beneficiado de “arrecadações atípicas” no mesmo mês do ano passado.
A queda de 16,64% nos impostos de importação também pesou sobre os resultados, com a redução dos volumes de importação, o enfraquecimento do dólar em relação ao real e a redução das receitas de royalties do petróleo contribuindo para o resultado. negativo.
Claudemir Malaquias, chefe do centro de estudos fiscais e aduaneiros do governo, disse que a arrecadação de impostos em 2022 foi impulsionada pelo aumento dos preços das commodities, principalmente devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.
O sector das matérias-primas não terá o mesmo desempenho em 2023, disse em conferência de imprensa, prevendo que a arrecadação de receitas nos últimos meses deste ano será inferior à do período comparável de 2022.
Desde o início do ano, a arrecadação tributária federal diminuiu 0,83% em termos reais em relação ao mesmo período de 2022, totalizando 1,518 trilhão de reais.
Apesar da melhoria inesperada da economia, a arrecadação de receitas tem sido fraca nos últimos meses, levantando dúvidas sobre a capacidade do governo de equilibrar as finanças públicas, tal como prometido ao abrigo das novas regras orçamentais.
Os mercados financeiros estão cépticos relativamente ao objectivo do governo de eliminar o défice orçamental primário até 2024 porque depende fortemente dos esforços para impulsionar o crescimento das receitas, incluindo medidas que o Congresso ainda não tomou. aprovado.
($1 = 4,9308 reais)