Um deputado bolsonarista acusado de ter minado a democracia passou a noite de terça para quarta entrincheirado na Câmara dos Deputados para não ser obrigado a usar uma pulseira eletrônica ordenada pela justiça brasileira.
Daniel Silveira, ex-policial e deputado de extrema direita do Rio de Janeiro, dormiu na câmara (dos deputados) depois que um dos ministros do STF, Alexandre de Moraes, ordenou que ele fosse colocado sob vigilância eletrônica.
O deputado, que fotos da imprensa brasileira mostraram trazendo um pequeno colchão para seu gabinete, garantiu que ficaria acampado ali até que a Câmara se pronunciasse em plenário sobre a decisão do juiz De Moraes.
“A reunião da Câmara em plenário é inviolável, aí um deputado é soberano”, assegurou à imprensa, “não aceito a decisão” do juiz que é “contrária à Constituição”.
O deputado foi detido em fevereiro do ano passado depois de ter publicado um vídeo repleto de insultos e palavrões aos juízes do Supremo Tribunal, a quem desejava em particular que fossem “espancados na rua”.
Este apologista da ditadura militar (1964-85) foi libertado em novembro com a condição de não entrar em contato com seus co-réus e não se comunicar nas redes sociais. Mas, de acordo com a promotoria, ele continuou a participar de eventos que minam a democracia e as instituições.
O juiz De Moraes explicou que o uso de pulseira eletrônica não impediu o MP de exercer seu mandato. Por outro lado, ele não poderá participar de eventos públicos ou sair do Rio de Janeiro, onde reside, exceto para ir a Brasília, ao Parlamento.
O presidente Jair Bolsonaro, que intensificou os ataques ao STF, disse em dezembro que estava “com o coração partido ao ver um colega preso” e considerou que o caso de Silveira ilustra o autoritarismo do Supremo.
