O mundo urbano está cheio de magia em Fever, um relato reflexivo de Maya Da Rin sobre uma família aborígine de Manaus, Brasil. Justino (Regis Mirabeau), um clã Desana de meia-idade, trabalha como segurança em um porto de carga, enquanto sua filha aventureira, Vanessa (Rosa Peixoto), está prestes a deixar o emprego de enfermeira para ir para a faculdade de medicina com uma bolsa de estudos.
Da-Rin calmamente observa suas tarefas e rotinas domésticas, entrelaçando duas camadas ovais de realidade. Enquanto Justino luta contra o tédio do trabalho e uma separação iminente de Vanessa, ele desenvolve uma febre misteriosa; Enquanto isso, um animal exótico está caminhando pela floresta tropical próxima. O filme nunca revela seus segredos, que no entanto capitaliza cada tomada com beleza etérea: guindastes movendo recipientes cúbicos gigantes no porto de Justino gravam cabelos geométricos no céu, enquanto uma rica camada de oceano envolve o filme, adicionando textura até mesmo ao seu silêncio.
A “febre” permeia as vivências das comunidades indígenas no Brasil por meio de eventuais racismos que Justino e Vanessa enfrentam no trabalho, incluindo a zombaria de seus olhos e o desconhecimento da diversidade das línguas indígenas. Os personagens são estóicos em público, mas em casa Justino responde com seus próprios julgamentos. “Eles nem sabem ver os sonhos”, diz ele sobre os médicos brancos. “Seus olhos são grandes, mas eles só podem ver o que está à sua frente.” Ao nos mostrar o mundo através do olhar perspicaz de Justino, Da-Rin nos dá uma sensação elusiva, mas poderosa, dos limites de nossa visão.
febre
não classificado. Em tucano e português, com legendas. Duração: 1 hora e 38 minutos. Em cinemas virtuais, incl Filme no Lincoln Center.
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